CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

HERNIA INGUINAL DE UM DIVERTÍCULO DE BEXIGA

INTRODUÇÃO

A incidência de hérnia inguinal no adulto é alta, predominante no sexo masculino (9:1). Seu desenvolvimento ocorre por uma fraqueza na parede abdominal. Hérnia de divertículo de bexiga é rara, variando de 0,36% e 1% a 3%. Em vista disso, a maioria é diagnosticada no intraoperatório. Outro obstáculo é o fato de associar-se à obstrução do trato urinário baixo, dificultando a distinção dos sintomas de micção pelo envolvimento prostático. Devido à raridade, seu conhecimento auxilia na tomada de decisões, durante a cirurgia, e em menores complicações pós-operatórias.

RELATO DE CASO

Paciente, masculino, 85 anos. Encaminhado ao hospital de Toledo-Pr, com quadro de dor abdominal difusa, há 1 mês, e infecção do tratourinário, em uso prévio de SVD. Há 5 dias, evoluiu com retenção urinária, disúria. E há dois dias, piora da dor em FID e hipogastro. Comorbidades: Hiperplasia Prostática Benigna e HAS. Ao exame físico, bom estado geral e hemodinamicamente estável. Abdomen globoso, RHA presentes. Dor à compressão em FID e região inguinal direita; massa palpável, dolorosa, redutível, não pulsátil e elástica em região inguinal direita. Requisitou-se Tomografia Computadorizada (TC) e constatou-se líquido livre em goteira parieto-cólica direita e alças do intestino delgado distendidas até a válvula íleo-cecal com aderências. Foi encaminhado ao Centro Cirúrgico para drenagem e investigação da cavidade abdominal, por laparotomia infraumbilical. Desfeitas as aderências, observou-se parte da bexiga herniada. Após manobras de redução ineficazes, realizou-se inguinotomia. O funículo foi isolado, identificando o saco herniário com parte da bexiga, e reduzido. Analisou-se a integridade da bexiga e a hérnia foi corrigida pela técnica de Lichtenstein. Sem intercorrência

DISCUSSÃO

A hérnia inguinal de divertículo de bexiga é rara, prevalente em homens obesos acima de 50 anos. Quanto à etiologia, há dois fatores: o envelhecimento, com perda do tônus do tecido de suporte da bexiga e do próprio orgão; e o aumento da pressão interna da bexiga, por obstrução urinária e/ou obesidade. Sintomas do trato urinário inferior foram descritos, porém são inespecíficos, pois são frequêntes em obstrução ou infecções urinárias. Contudo há sintomas característicos como a redução da hérnia pós-micção e a micção em duas fases, com o esvaziamento parcial da bexiga seguido do seu término por compressão manual do saco hernial, inexistentes no caso relatado pelo uso da SVD.
O exame de imagem indicado é a TC, por localizar a hérnia e fornecer avaliação de estruturas abdominais-pélvicas. Optamos por realizá-la devido à piora da dor em FID do paciente, porém, não foi visualizada a hérnia. Acredita-se que tenha reduzido espontaneamente durante o exame. Quando sintomáticas, seu tratamento é cirúrgico. Em cerca de 12% delas, a bexiga está danificada, por isso, realizou-se sua inspeção cuidadosa. Apesar de estudos indicarem ressecção do divertículo, optamos por mantê-lo, visto que apresentáva-se sem sinais de isquemia.

PALAVRAS CHAVE

hérnia inguina

Área

UROLOGIA

Instituições

Igast - Paraná - Brasil

Autores

JULIANA DANTAS, Jonas Takada, Francisco Loss, Fernanda Kreve, Karina Ayana Matioli Inoue, Janaína Gatto