CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

ADENOMASTECTOMIA PARA TRATAMENTO DA DISFORIA DE GENERO: UM RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

O transtorno de identidade sexual, ou também conhecido como disforia de gênero, caracteriza-se por uma identificação ao gênero oposto e um sentimento de inadequação ao papel social. Pessoas nessa situação, condenadas a um corpo cuja mente o recusa, lutam contra limitações psicossociais e muitos desses indivíduos buscam na mutilação ou no suicídio uma saída para o sofrimento. Visando promover assistência adequada às essas pessoas o Conselho Federal de Medicina, através da Resolução nº 1.4821 em 1997, autorizou a realização de cirurgias de transgenitalização em pacientes transexuais no país, alegando seu caráter terapêutico. Desde então a intervenção cirúrgica passou a ser legítima no âmbito do SUS. Dentre as cirurgias de redesignação sexual relatamos neste trabalho a adenomastectomia, que é um procedimento em fase experimental e enfrenta ampla discussão no meio médico e na sociedade como um todo a despeito de velhos tabus e embargos ético-profissionais que ainda persistem.

RELATO DE CASO

O caso clínico em questão traz o relato de um paciente de 49 anos com transtorno de gênero, portador de HAS, DM tipo II e dislipidemia. O mesmo deu entrada no serviço ambulatorial de Diversidade de Gênero do Hospital das Clínicas da UFES (HUCAM) em março/2016 com interesse em realizar mastectomia. Na ocasião vinha de outro serviço e já havia realizado histerectomia e anexectomia por diagnóstico de endometriose. Após dois anos de seguimento com equipe multidisciplinar em atendimento ao protocolo de redesignação sexual do HUCAM, o paciente encontrava-se apto ao procedimento. A técnica utilizada foi a de retalho areolado de pedículo inferior com adenomastectomia. A equipe de cirurgia plástica em um primeiro momento realiza a confecção do retalho areolado e, na sequência, entra em campo a equipe de mastologia para realização da adenomastectomia. A finalização com a primeira equipe garante o reposicionamento das aréolas e a síntese cirúrgica com cicatriz horizontal, conhecida como a “técnica do sorriso”. No 4º PO o paciente evolui com dor e aumento do volume no local de abordagem, sendo imediatamente levado ao centro cirúrgico para drenagem do hematoma com esvaziamento do mesmo e ressutura da região. Recebe alta hospitalar após 13 dias de internação com antibioticoterapia domiciliar e acompanhamento ambulatorial.

DISCUSSÃO

Baseados nos avanços científicos na última década e a maior aceitação social, esse assunto tornou-se de grande importância na saúde pública, uma vez que, para estes indivíduos, o seu corpo é fonte de intenso sofrimento e inconformidade, tornando as suas características sexuais rejeitadas dramaticamente, não sendo reconhecidas como possibilidade de prazer. Dessa forma a cirurgia de transgenitalização, torna-se uma possibilidade de integração individual e social, dando a oportunidade de eliminar a dualidade sexual para afirmação na qualidade em que seu sexo psicológico o define.

PALAVRAS CHAVE

Adenomastectomia. Transgenitalização. Retalho areolado.

Área

PLÁSTICA

Instituições

UNVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - Espírito Santo - Brasil

Autores

HEIDI SOARES CORDEIRO, GUSTAVO HOMERO NOGUEIRA MELO, LEONARDO MERÇON VIEIRA CARDOSO, MARCOS LEANDRO BARBOSA, FRANCIELI GOMES WAGEMOCHER