CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

RELATO DE CASO DE PACIENTE FEMININA DE 5 ANOS COM SINDROME DE CHILAIDITI

INTRODUÇÃO

Denomina-se síndrome de Chilaiditi a interposição temporária ou
permanente do cólon ou intestino delgado no espaço hepatodiafragmático, causando
sintomas. A apresentação isolada e assintomática é conhecida como sinal de
Chilaiditi. Sua incidência em radiografias situa-se entre 0,025% e 0,28% incluindo
todas as faixas etárias, aumentando levemente nos maiores de 60 anos de idade,
sendo mais comuns em homens do que em mulheres (4:1). Em adultos, a síndrome
costuma ser associada a cirrose, ascite, enfisema, hipotireoidismo com constipação
crônica, hipertensão arterial, coronariopatias, apendicite, ectopia renal, síndrome de
Cushing, esquizofrenia, retardo mental. Nas crianças, parece existir relação com
presença de alterações anatômicas congênitas.

RELATO DE CASO

Paciente feminina, 5 anos,
procurou atendimento médico devido a dor abdominal difusa, tipo cólica, apresentando
melhora com uso de paracetamol gotas e sem fator de piora há 15 dias. Relata
obstipação crônica, necessitando de massagem abdominal diária para evacuação.
Apresentava exame físico geral e específicos sem alterações. Radiografia de abdome
total evidenciou dilatação de alças intestinais e possível Chilaiditi. Para confirmação
diagnóstica, foi solicitado radiografia de tórax, que apresentou Chilaiditi à direita. Após
excluir a possibilidade de Volvo intestinal, permaneceu-se com a hipótese diagnóstica
de Síndrome de Chilaiditi, o que explica o quadro de dor abdominal, constipação
intestinal crônica e distensão de alças intestinais. A conduta foi conservadora com
dieta laxativa, lactulose 15mL/dia e orientações aos pais. A criança retornou após 15
dias, apresentando melhora do quadro de dor abdominal e obstipação.

DISCUSSÃO

A grande importância da síndrome de Chilaiditi está no seu diagnóstico diferencial com
patologias como pneumoperitônio, hérnia diafragmática e pneumotórax, estas
normalmente implicando cirurgia imediata. A Síndrome de Chilaiditi, como no caso
descrito, pode ser tratada de forma conservadora com repouso no leito,
descompressão nasogástrica e dieta líquida e laxativa. O tratamento cirúrgico deve ser
considerado somente quando os sintomas não respondem ao tratamento conservador
ou quando houverem complicações como volvo ou obstrução intestinal. Embora seja
uma condição benigna com rara indicação cirúrgica, reveste-se de grande importância
pela implicação de urgência operatória devido às suas complicações e aos seus
possíveis diagnósticos diferenciais, devendo o médico estar sempre atento à estas
situações, principalmente em faixas etárias onde a síndrome é incomum e dificilmente se abrangeria essa hipótese diagnóstica.

PALAVRAS CHAVE

Síndrome de Chilaiditi

Área

COLOPROCTOLOGIA

Instituições

Universidade Brasil - São Paulo - Brasil

Autores

Marina Martins Sobreira, Amanda Oliva Spaziani, Nycolle Torres Carvalho, Rodolpho Oliveira Kairala, Luis Carlos Spaziani, Raissa Silva Frota, Clerson Rodrigues Manaia, Cleidjane Furtado Rezende