CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

HERNIA DE AMYAND: RELATO DE DOIS CASOS

INTRODUÇÃO

Hérnia de Amyand consiste em uma hérnia inguinal contendo apêndice vermiforme em seu interior . É uma entidade rara, mais comum em homens e ocorre em aproximadamente 1% das hérnias inguinais. No entanto, a ocorrência de apendicite aguda em hérnia inguinal é ainda menos comum: 0,13%. O diagnóstico pré-operatório é difícil, sendo realizado durante ato cirúrgico. A realização de apendicectomia não é mandatória.

RELATO DE CASO

Caso I: Paciente do sexo masculino, idoso com dor em região inguinal direita há 1 dia, associada a abaulamento da região inguinal sem sinais flogísticos, não redutível. Exames laboratoriais não evidenciavam leucocitose ou desvio. Foi indicado tratamento cirúrgico com diagnóstico de hérnia inguino-escrotal direita estrangulada. Optada pela herniorrafia inguinal direita, sendo achado durante procedimento o apêndice vermiforme dentro do saco herniário, com sinais de processo inflamatório agudo. Optada pela apendicectomia estratégica, com posterior correção da hérnia pela técnica de Bassini. Paciente apresentou boa evolução clinica no pós-operatório, recebendo alta com antibioticoterapia e seguimento ambulatorial.
Caso II: Paciente, 53 anos, masculino, da entrada na emergência do Hospital e Maternidade Governador Mario Covas, Hortolândia SP, com dor em região inguinal direita há 2 dias. Ao exame: abaulamento em região inguinal com sinais flogísticos e não redutível. Exames laboratoriais sem evidência de leucocitose. Indicado tratamento cirúrgico, com diagnóstico de hérnia inguino-escrotal direita estrangulada e na exploração do saco herniário evidenciou presença de apêndice vermiforme integro sem sinais inflamatórios ou de supuração. Optada pela apendicectomia, com posterior correção da hérnia pela técnica de Lichtenstein. Paciente apresentou boa evolução pós-operatória, iniciado antibioticoterapia com cefazolina, recebendo alta após 24 horas, com antibioticoterapia e seguimento ambulatorial.

DISCUSSÃO

A primeira descrição de apêndice cecal na hérnia inguinal foi realizada em 1735, pelo cirurgião francês Clausdius Amyand. A incidência de apêndice cecal em hérnia inguinal está ao redor de 1%, enquanto a presença de apêndice com apendicite aguda em hérnia inguinal varia de 0,13 a 0,1%. O diagnóstico é majoritariamente realizado no ato cirúrgico, sendo a excisão do apêndice cecal discutível quando não há ocorrência de apendicite aguda. A classificação de Losanoff e Basson e a de Fernanda e Leelaratre (Tabela 1), permitem decidir sobre a realização ou não da apendicectomia. Em relação a herniorrafia, alguns autores contraindicam o uso de tela quando houver processo infeccioso local. Nos casos apresentados a apendicectomia foi realizada em ambos os casos, porém o uso de prótese (tela) só ocorreu quando não havia presença de infecção local.

PALAVRAS CHAVE

Hernia Amyand

Área

MISCELÂNIA

Instituições

hospital irmãos penteado - São Paulo - Brasil

Autores

Mayara Fernanda Victal, Bruna Baboni Cavalcante, Carlos Eduardo Soares Souza Lima, Caio Costa Mattos, Nathacia Bernardo Chimello, Henrique Araujo Kalbermatter, Tabata Paola Malta De Araujo