CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

PERFIL EPIDEMIOLOGICO DOS TRANSPLANTES HEPATICOS REALIZADOS NO BRASIL NO PERIODO DE 2008 A 2017

OBJETIVO

A idealização do transplante hepático surgiu em meados do século XX. Trata-se de uma abordagem terapêutica indicada para casos de cirrose hepática, insuficiência hepática fulminante e carcinoma hepatocelular sob os critérios de Milão, entre outros. No Brasil, o primeiro procedimento foi realizado em 1985, no HC-FMUSP, e desde então tem evoluído de forma significativa, com resultados cada vez mais satisfatórios. No entanto, há ainda muito a ser feito para aprimorar técnica cirúrgica, imunossupressão, tratamento das complicações, número de doadores e a descentralização das equipes de transplante. Dessa forma, o presente estudo tem por objetivo contribuir para essa evolução através da análise do comportamento epidemiológico dos transplantes hepáticos no Brasil.

MÉTODO

Foi realizado estudo epidemiológico descritivo retrospectivo a partir de dados coletados do Sistema Nacional de Informação de Agravos de Notificação (SINAN-DATASUS). As informações são referentes aos transplantes hepáticos por doadores vivos e falecidos, e correspondem ao período de janeiro de 2008 a dezembro de 2017. Foram obtidos dados quanto ao número de procedimentos realizados, taxa de mortalidade e regime do procedimento (público/privado/ignorado), os quais foram estratificados em séries temporais e distribuídos entre as macrorregiões brasileiras.

RESULTADOS

No período, foram realizados 14.033 transplantes hepáticos. Dentre as macrorregiões, houve predominância do procedimento no Sudeste (52,36%), seguido por Sul (23,78%), Nordeste (21,43%), Centro-Oeste (2,19%) e Norte (0,24%). O número de transplantes realizados aumentou ao longo dos anos, enquanto a taxa de mortalidade oscilou e apresentou tendência de queda. Além disso, ao longo do período foi observada taxa de mortalidade de 14,70% dos procedimentos em caráter eletivo e de 13,03% dos procedimentos em caráter de urgência. O número de doadores falecidos predominou (93,58%) e apresentou maior crescimento percentual em relação aos doadores vivos. Dos procedimentos realizados, 42,34% foram classificados em regime particular, 30,91% em público e 26,75% em ignorado.

CONCLUSÕES

O transplante hepático no Brasil tem apresentado sinais que demonstram estar em evolução, com número de procedimentos e de doadores cada vez maiores, e taxas de mortalidade com tendência de baixa. No entanto, ainda se observa padrão de distribuição pouco difuso, com predominância na região Sudeste, o que pode dificultar o acesso da população ao transplante. Por fim, cabe ressaltar que, apesar do crescente número de doadores, a lista de espera por transplante hepático ainda é vasta e sinaliza necessidade de maior adesão da população à contribuição para essa terapêutica.

PALAVRAS CHAVE

Transplante hepático; epidemiologia.

Área

FÍGADO, VIAS BILIARES E PÂNCREAS

Instituições

Universidade Federal de Goiás - Regional Jataí - Goiás - Brasil

Autores

Matheus Silva de Paula Rocha, Rodrigo Silva de Paula Rocha, Mateus Quaresma Mendonça, Maria Isabel Ramos Saraiva, Guilherme Braga Silva, Luiz Carlos de Moraes