CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

FISTULA PANCREATICOPLEURAL A DIREITA SECUNDARIA A PANCREATITE CRONICA

INTRODUÇÃO

A fístula pancreaticopleural é uma patologia rara. Foi descrita pela primeira vez em 1973 por Tombroff.1,2. Possui uma incidência de 0,4% nos pacientes que apresentam pancreatite.2,3, 5. Quando ocorre a formação dessa fístula normalmente é a esquerda e secundária a pancreatite crônica por abuso do álcool. Normalmente apresenta-se como um derrame pleural volumoso e recorrente, com níveis de amilase extremamente elevados1,2,3. Aproximadamente metade dos casos possui resolução com o tratamento conservador2,5,6. Os casos que não respondem as medidas clinicas devem ser submetidas à terapeutica endoscópica descompressiva ou ao tratamento cirúrgico2,3,7,8.

RELATO DE CASO

D. A. S., homem de 44 anos deu entrada no serviço de urgência de Cirurgia Geral do Complexo Hospitalar Prefeito Edivaldo Orsi em Janeiro de 2017, com queixa de dor toraxica, associado a dispneia, astenia, nauseas e vômitos. Dor torácica à direita, tipo ventilatório dependente, com piora acentuada aos pequenos esforços. História pregressa de tabagismo e etilismo de destilados (100g por dia). Internação prévia por pancreatite alcoolica em 2016. Ao exame físico chamava atenção para à ausculta respiratória com FR: 29 irpm, murmúrio vesicular abolido até terço medio em hemitórax direito, com macicez à percussão. Confirmado um grande derrame pleural à direita na radiografia de tórax, no qual foi realizado toracocentese diagnóstica e de alívio. O resultado confirmou exsudato pelos critérios de light, porém com nivel de amilase de 7.052, levantando a possibilidade de fistula pancreaticopleural, que foi confirmado através de Tomografia Computadorizada de Abdome. O tratamento realizado consistiu em toracocentese em selo d’àgua, jejum oral, nutrição parenteral total e somatostatina. Após duas semanas de tratamento clinico/conservador foi realizado uma toracotomia à direita devido a fibrose pleural e coleção septada visualizada na toracoscopia. Houve melhora considerável da expansão pulmonar evidenciadas pelas radiografias de tórax seriadas. O paciente recebeu alta hospitalar onde é acompanhado via ambulatorial, sem sinais de recidiva da fistula até o presente momento.

DISCUSSÃO

A eficácia do tratamento conservador varia de 30 a 60% em algumas séries e de 0 a 33% em outras.
Recentemente o tratamento endoscópico ganhou espaço que consiste na colocação de próteses intraductais. A falha no tratamento conservador indica tratamento cirúrgico. O tratamento cirúrgico consiste na drenagem pancreática com a confecção de anastomose com um segmento intestinal e ou pancreatectomia distal isolada. A pancreatectomia distal constitui-se no procedimento com maior número de descrições na literatura para o tratamento dessas fístulas. Em pacientes portadores de pseudocisto, faz-se necessária a realização de drenagem interna com pancreatojejunostomia.

PALAVRAS CHAVE

Fístula pancreaticopleural; Derrame Pleural Volumoso

Área

TÓRAX

Instituições

Complexo Hospitalar Prefeito Edivaldo Orsi - São Paulo - Brasil

Autores

Daniel de Morais Tavares, Valter Fabricio Ferreira Dari, Rodrigo Barros de Carvalho, Débora Puzzi Fernandes, Luana Arruda, Fernanda Neiva Ribeiro, Dyego dos Santos Queiroz