TÍTULO

CISTO DE MESENTERIO - UM DIAGNOSTICO DIFERENCIAL NA PRATICA CIRURGICA

INTRODUÇÃO

O cisto de mesentério pode ser definido como um tumor de comportamento e histologia majoritariamente benignos, localizado entre os folhetos do mesentério pode ser encontrado no trato gastrointestinal do duodeno ao reto. É considerada uma patologia rara, com incidência estimada de 1:100.000 a 1:250.000 internações hospitalares. Com relação à etiologia da doença, acredita-se que os cistos mesentéricos originam-se de malformações congênitas do intestino e seus vasos linfáticos, assim como de traumas na região abdominal ou resultado de cirurgias pélvicas prévias.

RELATO DE CASO

O presente artigo ilustra e discute um caso de cisto de mesentério, ocorrido no Hospital
Municipal de Osasco em Abril de 2018, em uma paciente de 32 anos proveniente de Boputora - BA,
onde foi investigada inicialmente por queixa de epigastralgia e mal esvaziamento gástrico. Realizadas
tomografia e ressonância magnética de abdome que aventaram a hipótese diagnóstica de cisto de
cauda de pâncreas.Procurou o serviço de Saúde em Osasco, onde foi proposto tratamento cirúrgico visto sintomas
compressivos. Foi imunizada para germes encapsulados duas semanas antes do ato operatório pela
relação intrínseca do cisto com a cauda pancreática e hilo esplênico.
No intraoperatório, durante o acesso via laparotomia mediana supraumbilical houve necessidade
tática de esplenectomia para abordagem completa do cisto, o qual possuía cápsula bem delimitada,
regular e conteúdo citrino homogêneo, medindo 10cm no maior diâmetro. Ressecado em sua
totalidade sem violação da cápsula, possuía relação intrínseca com o mesocólon transverso, rim
esquerdo, corpo e cauda pancreática. Dessa forma optou-se por colocação de dreno sentinela em
topografia prévia do cisto.A paciente evoluiu no primeiro pós-operatório (PO) com regular controle álgico, náusea e
vômitos, porém a partir do segundo PO passou a aceitar dieta leve sem intercorrências. Mantida
internada até o quarto pós-operatório para otimização de analgesia e monitorização de dreno abdominal
recebeu alta hospitalar.
Realizado retorno em consulta ambulatorial 15 dias e 30 dias após a cirurgia sem as queixas
prévias de dor epigástrica e mal esvaziamento gástrico. O resultado anatomopatológico conclui se tratar
de Cisto Seroso Simples de mesentério. Atualmente a paciente se encontra assintomática e retornou a
cidade de origem.

DISCISSÃO

Desde 1507, quando o patologista Antoni Benevieni descreveu pela primeira vez o cisto de mesentério, houve poucos relatos na literatura que versam a respeito destes tumores benignos. Os cistos de mesentério são tumores bastante raros, todavia, nota-se que possam derivar da malformação dos ductos linfáticos abdominais. Os sintomas são inespecíficos e variados e sempre que diagnosticado, o cisto de mesentério deve ser retirado. O tratamento de escolha mais indicado é cirúrgico, no qual consiste na exérese completa do cisto.

PALAVRAS CHAVES

cisto de mesentério, mal formações cisticas do abdome.

Área

MISCELÂNIA