CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

TRAQUEOSTOMIA PERCUTANEA EM AMBIENTE DE UTI REALIZADO POR RESIDENTES - EXPERIENCIA DO SERVIÇO

OBJETIVO

O objetivo deste trabalho foi avaliar as diferenças existentes entre os diversos kits de traqueostomia percutânea quanto o tempo de procedimento, complicações intra-operatórias e complicações pós operatórias. Demonstrar a viabilidade de realização do procedimento no ambiente da unidade de terapia intensiva (UTI) por residentes de cirurgia de cabeça e pescoço.

MÉTODO

Neste trabalho 17 pacientes foram submetidos à traqueostomia percutânea à beira leito em unidade de terapia intensiva, utilizando-se kits, do tipo Ciaglia Dolphin, Ciaglia Blue Rhino, auxiliada por broncoscopia. Todos procedimentos realizados por médicos residentes de cirurgia de cabeça e pescoço da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
O estudo abrange apenas pacientes concordantes com os seguintes critérios de inclusão: pacientes maiores de 18 anos; em ambiente de UTI; sob intubação orotraqueal (IOT); apresentando coagulograma normal e traqueia palpável ao exame físico; e que não se enquadram em nenhum dos seguintes critérios de exclusão: menores de 18 anos; histórico de cirurgia ou radioterapia prévias em região cervical; traqueia não palpável à extensão cervical.
Dados sobre a anatomia cervical do paciente, coagulograma, indicação de traqueostomia, tempo de intubação orotraqueal (IOT), número da cânula orotraqueal e dados do procedimento (espaço traqueal em que foi realizado, número de punções, complicações trans e pós operatórias) serão coletados a partir de um protocolo.
Posteriormente ao procedimento cirúrgico, foi realizado o acompanhamento pós operatório (P.O.) diário pelos 7 primeiros dias, com preenchimento de protocolo de avaliação do paciente, também sendo realizado no 14º dia e 30º dia de pós operatório.

RESULTADOS

Dentre os resultados: idade média 68,8 (19 – 94); sexo feminino 70,5%; traqueia palpável sem extensão em 64,7%; tempo médio de IOT 12,3 dias (6 – 20); complicações pós operatórias em 17,6%; complicações durante o procedimento 5,8%; punção única 76,5%; 2 pacientes foram a óbito (causa de morte não relacionada ao procedimento cirúrgico).

CONCLUSÕES

A disseminação da técnica de traqueostomia percutânea ocorreu principalmente nas unidades de tratamento intensivo (UTIs), pois se trata de procedimento possível de ser realizado a beira do leito, dispensando a necessidade de transporte do paciente e seus riscos, além de minimizar custos devido à não utilização da sala cirúrgica e nem equipe anestésica.
O uso da broncoscopia como guia é recomendado para reduzir o risco de lesão da parede posterior da traqueia, controlar a introdução do fio guia e a dilatação do orifício traqueal, tornando o procedimento mais seguro. Sua utilização permite a observação de possíveis complicações imediatas, como hemorragias e evita lesões de parede posterior da traqueia.
Este trabalho mostra a viabilidade de realização do procedimento no ambiente da UTI por médicos residentes com uma baixa taxa de complicação.

PALAVRAS CHAVE

TRAQUEOSTOMIA, TÉCNICA PERCUTÂNEA, UTI

Área

CIRURGIA CABEÇA E PESCOÇO

Instituições

Santa Casa de São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

Jéssica Miquelitto Gasparoni, Daisy Dianne Panta Oliveira, Caroline da Silva Seidler, Júlio Patrocínio Moraes, Marianne Yumi Nakao, Antonio José Gonçalves, Marcelo Benedito de Menezes, Leandro Augusto de Barros Silva