CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

EQUINOCOCOSE POLICISTICA NO ESTADO DO ACRE: UM RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

A hidatidose ou equinococose é uma doença causada por um parasita do gênero Echinococcus, classes Cestoda, da família Taeniidae(1). O homem é um hospedeiro acidental, e adquire a doença através da ingestão dos ovos presentes nas fezes de cães (hospedeiro definitivo) que por sua vez se contaminam através da ingesta de vísceras de animais abatidos (hospedeiro intermediário) portadores do cisto. No estado do Acre e em toda região amazônica, o principal agente etiológico da hidatidose é o Echinococcus vogeli, sendo o cachorro do mato vinagre (Speothos venaticus) o hospedeiro definitivo e a paca (Cuniculus paca) o principal hospedeiro intermediário, no ciclo selvagem do parasito(3,4). O ser humano é um hospedeiro acidental e ao alimentar os cães de caça com vísceras contaminadas com as formas larvárias e estes tornando-se hospedeiros definitivos do parasito contaminando o meio ambiente com ovos e por conseguinte o homem(3,4).
O Echinococcus vogeli ainda é pouco estudado. Dessa forma, este relato de caso vem reforçar a necessidade de maiores estudos sobre esta espécie de parasita e da importância de políticas de educação e prevenção em saúde pública, visto as sérias complicações que esta enfermidade pode causar.

RELATO DE CASO

Paciente do sexo feminino, 47 anos, moradora da zona rural. Procurou atendimento médico por apresentar episódios de dor epigástrica há 3 meses, tendo sido solicitado USG de abdome, com diagnóstico de massa em lobo hepático esquerdo, vesícula biliar normal e parede gástrica com espessamento anterior significativo. EDA, que trouxe como resultado o abaulamento da mucosa em terço médio de pequena curvatura do corpo gástrico, ficando interrogado o diagnóstico de compressão extrínseca e gastrite enantematosa moderada de antro. TC de fígado mostrou cistos com calcificações periféricas em todo o lobo esquerdo e parcialmente no seguimento IV. Sorologias para Chagas, HIV e hepatites B e C, negativas. Alfa-feto em de 0,8ng/ml.
Teve seu primeiro atendimento pela equipe de cirurgia no dia 29 de novembro de 2017, no qual foi questionado à paciente se possuía hábitos de caçar e criação de cães, tendo todas as respostas afirmativas. Ao exame físico, fígado impalpável, ausência de massas ou visceromegalias. Hipótese diagnóstica de Equinococose Policística, classificada como P3N0M0, Estágio III. Realizado hepatectomia esquerda e colecistectomia, apresentava lesão cística na bifurcação da artéria hepática própria. Houve um pequeno extravasamento de conteúdo cístico na cavidade abdominal, tratado com irrigação abundante com salina a 10% e mantido Albendazol por mais 3 meses, com boa evolução no pós-operatório.

DISCUSSÃO

Este caso, vem alertar sobre a importância em educar a população para a prevenção da Equinococose, visto ser uma doença facilmente prevenível com educação em saúde.

PALAVRAS CHAVE

Echinococcus vogeli, Hidatidose, Hepatectomia

Área

FÍGADO, VIAS BILIARES E PÂNCREAS

Instituições

Universidade Federal do Acre - UFAC - Acre - Brasil

Autores

Mábia de Jesus Lima, Nilton Ghiotti de Siqueira, Rodrigo Rocha Ramalho, Luiz Fernando Brígido Castro