CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

RETROPERITONEOSCOPIA TERAPEUTICA - ABORDANDO UM ABSCESSO DE PSOAS

INTRODUÇÃO

O Músculo Ileopsoas se localiza no retroperitonio, é inervado por ramos nervosos de L2, L3 e L4 e é o principal responsável pela flexão do quadril. Mynter, foi o primeiro médico a descrever o abscesso neste importante músculo em 1881, apresentando uma série de casos nos EUA, inclusive, fazendo referência a uma tríade clássica de sintomas para esta patologia: febre, dor lombar e abaulamento em flanco, que hoje sabemos estar presente em uma minoria de casos. Atribui-se a sua rica irrigação sanguínea o provável fator que faz deste músculo ser sítio frequente de coleções infectadas. O Abscesso de Psoas pode ser classificado em primário quando a infecção ocorre devido disseminação hematogênica e secundário quando o motivo é um processo infeccioso adjacente. Importantes estudos apontam como a principal causa do Abscesso de Psoas a Doença de Crohn e o principal micro-organismo envolvido a bactéria Staphylococcus Aureus. Atualmente, utiliza-se antibioticoterapia associada a algum tipo de intervenção. Nos últimos anos com a disseminação e segurança da cirurgia minimamente invasiva alguns grupos tem optado pela abordagem do retroperitonio por via laparoscópica.

RELATO DE CASO

Apresentado caso clínico de paciente de 54 anos, sexo feminino, hipertensa, dislipidemica e com artroplastia de quadril a esquerda que foi admitida no departamento de urgência com queixa de há 15 dias, ter acordado com forte dor em membro inferior esquerdo e incapacidade para mobilização da coxa e joelho esquerdos associado a febre diária. A dor era descrita como latejante, de grande intensidade, e se intensificava ao apoio plantar esquerdo. A paciente referia piora dos sintomas nos últimos dias. Realizado investigação em conjunto com a equipe de ortopedia que solicitou ultrassonografia que evidenciou espessamento e ecogeneicidade heterogênea em terço distal do músculo psoas esquerdo, compatível com abscesso e processo inflamatório. Realizado tomografia para melhor caracterização da lesão que media 14 x 6 x 4 cm e optado por iniciar antibioticoterapia e drenagem por retroperitoneoscopia com aposição de dreno a vácuo.

DISCUSSÃO

Apesar de a grande maioria das referências citarem a drenagem percutânea como principal método para o tratamento do Abscesso de Psoas, não encontramos na literatura trabalhos que o comparam com a abordagem por cirurgia minimamente invasiva e em especial a retroperitoneoscopia. Acreditamos e demonstramos com esse caso que a abordagem laparoscópica do retroperitôneo é factível na urgência e alia vantagens da cirurgia aberta que já são bem consolidadas na literatura (ex. menor risco de reabordagem) com benefícios da cirurgia por vídeo como menor dor no pós-operatório e menor tempo de internação hospitalar. Além disso, um importante ponto a ser destacado é a expansão da abordagem minimamente invasiva em procedimentos de urgência como o aqui descrito.

PALAVRAS CHAVE

Abscesso de Psoas. Retroperitônioscopia. Urgência.

Área

MISCELÂNIA

Instituições

FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - São Paulo - Brasil

Autores

Juliana Hernandes Seribeli, Gilfred Canuto Pereira, Plínio Ramos Pinto Neto, Gustavo Urbano, Maurício Godinho, Thiago Sigoli Pereira, Rafael Muller, Jorge Carnesecca