CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

PERFURAÇÃO UTERINA PRIMARIA APOS INSERÇÃO DE DIU - TRATAMENTO LAPAROSCÓPICO

INTRODUÇÃO

O DIU é um método contraceptivo de longa permanência, alta eficiência, econômico e reversível, amplamente utilizado, com estimativa de 1999 de 108 milhões de dispositivos implantados (1). Hoje são utilizados o dispositivo de cobre e o hormonal (levonorgestrel) (1,2).
A perfuração uterina e a migração são eventos raros 1:1000 aplicações.
Relatamos o caso de uma perfuração uterina primária (até 4 semanas de sua inserção), tratada por videolaparoscopia.

RELATO DE CASO

MSdaS, 23 anos, com histórico de introdução de DIU ambulatorial com controle ultrassonográfico após o procedimento, dispositivo na cavidade uterina, recebendo alta após o procediemento. Informa que após 7 dias, iniciou quadro de dor em hipogástrio, com necessidade de medicamentos sintomáticos por 2 dias. Procurou atendimento no setor de emergência do Hospital Beneficente Unimar, com piora da dor. Durante o exame abdominal apresentava defesa involuntária em hipogástrio, sem sinais de irritação peritoneal. Ultrassonografia de abdome com lâmina de líquido livre na pelve, com ausência de DIU na cavidade uterina e intraperitoneal para-uterino esquerdo. Realizado laparoscopia, com identificação de sangramento intraperitoneal pequeno, perfuração da parede uterina posterior próximo ao fundo, DIU no ligamento largo esquerdo bloqueado pelo grande omento. Confeccionado histerorrafia, limpeza da cavidade pélvica e retirada do DIU pelo trocater de 5 mm. Paciente com alta hospitalar no 2 PO, sem intercorrências.

DISCUSSÃO

Dispositivo intrauterinos estão entre os métodos contraceptivos mais utilizados (1). Porém não isento de complicações. Mesmo raras o mal posicionamento, migração e perfuração são as complicações mais temidas(3). A perfuração uterina acontece quando o DIU por ação irritativa e inflamatória erode todas as camadas uterinas até a serosa. A perfuração pode estar associada a eventos agudos (sangramento e choque hemorrágico), como eventos crônicos (dor abdominal, erosão de órgãos pélvicos – bexiga e intestino grosso e formação de fístulas) (4-8).
A migração é silenciosa em 85% dos pacientes, se demonstrando assintomáticas, diagnosticadas no exame de rotina, pela não visualização do fio na vagina ou pela gestação não programada (9,10).
A retirada laparoscópica hoje é considerada o padrão ouro para o tratamento das migrações primárias (até 4 semanas) ou secundárias (após 4 semanas), mesmo em pacientes assintomáticas, pela possibilidade de complicações (11-15).

PALAVRAS CHAVE

Dispositivo intrauterino
Perfuração uterina
Laparoscopia

Área

GINECOLOGIA

Instituições

Unimersidade de Marília - UNIMAR - São Paulo - Brasil

Autores

Roberto Tussi Jr, Ana Thereza Bissoli, Karina Boaventura Martinelli, Joabson Ribeiro de Assis, Isadora Rubira Furlan, Luis Felipe Becker de Oliveira