Dados do Trabalho
TÍTULO
MIGRAÇAO INTRAPERITONEAL DE DISPOSITIVO INTRA-UTERINO (DIU) APOS 3 ANOS DE USO – RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
O DIU é um método contraceptivo de longa permanência, alta eficiência, econômico e reversível, amplamente utilizado, com estimativa de 1999 de 108 milhões de dispositivos implantados (1). Hoje são utilizados o dispositivo de cobre e o hormonal (levonorgestrel) (1,2).
A perfuração uterina e a migração são eventos raros 1:1000 aplicações.
Relatamos o caso de uma migração espontânea do DIU, tratada por videolaparoscopia e laqueadura tubárea no mesmo procedimento.
RELATO DE CASO
GS, 29 anos, com utilização de DIU como único método contraceptivo há 3 anos, sem nenhuma intercorrência. Iniciou quadro de desconforto em baixo ventre discreto, que perdurava 45 dias, sem necessidade de medicamento sintomático. Procurou ginecologista que no exame especular não visualizou os fios do DIU na vagina. Solicitado ultrassonografia transvaginal: ausência de DIU na cavidade uterina, presença de imagem compatível com DIU intraperitoneal. Realizado laparoscopia, sem evidencia de perfuração uterina, sem cicatriz na parede uterina, sem cicatriz ou perfuração tubárea. DIU se encontrava bloqueado por grande omento. Realizado laqueadura tubárea videolaparoscópica (mediante termo de consentimento informado prévio), e retirada do dispositivo pelo trocater de 5mm. Boa evolução com alta no 1 PO.
DISCUSSÃO
Dispositivo intrauterinos estão entre os métodos contraceptivos mais utilizados (1). Porém não isento de complicações. Mesmo raras o mal posicionamento, migração e perfuração são as complicações mais temidas(3). A perfuração uterina acontece quando o DIU por ação irritativa e inflamatória erode todas as camadas uterinas até a serosa. A perfuração pode estar associada a eventos agudos (sangramento e choque hemorrágico), como eventos crônicos (dor abdominal, erosão de órgãos pélvicos – bexiga e intestino grosso e formação de fístulas) (4-8).
A migração é silenciosa em 85% dos pacientes, se demonstrando assintomáticas, diagnosticadas no exame de rotina, pela não visualização do fio na vagina ou pela gestação não programada (9,10).
A retirada laparoscópica hoje é considerada o padrão ouro para o tratamento das migrações primárias (até 4 semanas) ou secundárias (após 4 semanas), mesmo em pacientes assintomáticas, pela possibilidade de complicações (11-15).
PALAVRAS CHAVE
Dispositivo intrauterino
Perfuração uterina
Laparoscopia
Área
GINECOLOGIA
Instituições
Universidade de Marília - UNIMAR - São Paulo - Brasil
Autores
Roberto Tussi Jr, Dorival Gotardo, Luis Felipe Becker de Oliveira, Isadora Rubira Furlan, Karina Boaventura Martinelli, Ana Thereza Bissoli, Joabson Ribeiro de Assis