TITULO

PERFIL CLINICO E EPIDEMIOLOGICO DE PACIENTES QUEIMADOS ADMITIDOS EM HOSPITAL DO INTERIOR PAULISTA

OBJETIVO

As queimaduras são definidas como lesões teciduais decorrentes de trauma térmico, elétrico, químico ou radioativo. Apesar da inexistência de um sistema eficiente de centralização de dados referentes à queimados no Brasil, hipotetiza-se que as queimaduras estejam entre as principais causas externas de mortalidade no país, sendo que os custos decorrentes de seu tratamento são ditos, segundo alguns autores, como incalculáveis, justificando estudos epidemiológicos acerca do tema. Sendo assim, nosso trabalho objetivou caracterizar os pacientes queimados segundo variáveis epidemiológicas e clínicas e identificar a terapêutica clínica e cirúrgica, procedimentos invasivos e as complicações por eles apresentadas.

MÉTODO

Estudo transversal, retrospectivo, descritivo e quantitativo, realizado a partir de levantamento de informações de prontuários eletrônicos, após aprovação ética. A amostra constituiu-se de 76 pacientes queimados, admitidos e internados em hospital do interior paulista, no período de janeiro de 2012 a janeiro de 2018. Dados coletados foram plotados em planilha eletrônica do programa Excel® em Windows® e submetidos à análise estatística descritivo-comparativa.

RESULTADOS

Dos 76 pacientes internados, 72 (94,73%) eram do gênero masculino e a média de idade foi de 25,4 anos (mínima de 4 anos, máxima de 64 anos), sendo que a minoria de acometidos restringiu-se à faixa pediátrica. O tempo médio de internação foi de 20 dias. 72 (94,73%) casos eram de natureza acidental e a principal causa, com 49 (64,47%) pacientes, foram por líquidos quentes (28 pacientes, 36,84%) seguidos de contato com chama aberta (26 pacientes, 34,21%). A superfície corporal queimada média foi de 18% e a maioria, 61 (80,26%) dos admitidos, apresentou queimadura de 2° grau, seguidas de queimaduras de 3° grau. Um total de 34 pacientes necessitou suporte em Unidade de Terapia Intensiva (44,73%). As regiões mais atingidas foram tórax e cérvico-facial, sendo a pneumonia a complicação pulmonar mais frequente (24 pacientes, 31,57%). A terapia tópica mais utilizada, em 64 (84,21%) pacientes, foi a sulfadiazina de prata. A sondagem vesical de demora foi instalada em 22 (28,94%) pacientes. 38 (50%) foram submetidos à enxertia e 25 (32,89%) ao desbridamento. 10 (13,15%) apresentaram infecção da lesão. 12 pacientes (15%) desenvolveram limitações importantes de movimento durante internação, havendo necessidade de seguimento ambulatorial médico e fisioterapêutico após a alta hospitalar.

CONCLUSÕES

Nosso estudo traçou perfil clínico e epidemiológico de pacientes admitidos por queimaduras em hospital do interior do Estado de São Paulo. Os pacientes eram em sua maioria adultos do sexo masculino, principalmente afetados por queimaduras de 2° e 3° grau, em sua maioria localizadas em tórax, face e região pericervical, sendo que as principais causas foram acidentais e decorrentes de contato com líquidos quentes e chamas abertas. A pneumonia foi a principal complicação pulmonar associada.

PALAVRAS CHAVE

Queimaduras Desbridamento Enxerto

Área

PLÁSTICA