CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

COLECISTECTOMIA VIDEOLAPAROSCOPICA E CPRE NO MESMO TEMPO CIRURGICO COM EXTRAÇAO DE MULTIPLOS CALCULOS DE COLEDOCO – RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

A remoção cirúrgica da vesícula biliar (colecistectomia) está indicada no tratamento da litíase biliar e suas complicações, como as coledocolitíases. A prevalência da litíase do ducto biliar comum encontra-se em torno de 10 a 15% dos pacientes com colelitíase. No caso relatado, para resolução da colecistopatia crônica calculosa e coledocolitíase pós-pancreatite, foi utilizada como estratégia terapêutica a vídeocolecistectomia, seguida de colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) no mesmo tempo cirúrgico com extração de múltiplos cálculos de colédoco

RELATO DE CASO

A. Z., 45 anos, feminino, com história de dor abdominal em faixa há 3 dias, intensidade 5, irradiada para dorso com náuseas, vômitos, colúria e acolia fecal associados. Diagnosticada pancreatite aguda de etiologia biliar e instituído tratamento clínico. Exame físico: bom estado geral, corada, ictérica +/4+, afebril, abdômen: plano, flácido, ruídos hidroaéreos presentes, doloroso à palpação de andar superior, murphy negativo, sem massas palpáveis, descompressão brusca negativa. Ultrassom de abdômen total evidenciou colecistopatia crônica calculosa, litíases em colédoco, sem dilatação intra ou extra hepática. Após resolução do quadro de pancreatite, a paciente chegou ao nosso serviço hospitalar para tratamento cirúrgico. Realizada colecistectomia videolaparoscópica sem intercorrências. Durante CPRE, observaram-se inúmeros cálculos em colédoco com dilatação moderada de vias biliares. Realizada papilotomia e passagem de balão extrator múltiplas vezes com extração de cerca de 22 cálculos variando de 3 a 6 mm. Devido ao grande número de cálculos e histórico de pancreatite, optou-se por passagem de prótese de via biliar. Paciente mantida em jejum no pós-operatório imediato, com liberação de dieta no 1º dia pós-operatório, com boa aceitação e recebendo alta no 2º dia do pós-operatório.

DISCUSSÃO

A abordagem da coledocolitíase por CPRE intra-operatória, posterior à vídeocolecistectomia, mostrou-se segura e eficaz. A CPRE intra-operatória é uma opção segura, podendo-se evitar a manipulação e abertura direta da via biliar, com taxa de sucesso variando de 82,7 a 89%, com complicações de 5,6 a 12,3%. A exploração de vias biliares pelo método convencional reserva-se, atualmente, a situações especiais, como impossibilidade de utilizar os métodos anteriores. O uso de métodos endoscópicos, como a CPRE no tratamento da coledocolitíase, é amplamente defendido por ser menos invasivo e proporcionar recuperação mais rápida.

PALAVRAS CHAVE

CPRE; COLEDOCOLITÍASE; COLECISTECTOMIA; VÍDEOLAPAROCOLECISTECTOMIA

Área

FÍGADO, VIAS BILIARES E PÂNCREAS

Instituições

SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE OURINHOS - São Paulo - Brasil

Autores

RAFAEL CASTELLI BITTENCOURT, EVELYN CRISTINA ROSA GRANJA BATALINI, JOÃO PAULO RODRIGUES TONIOLO, THIAGO SALDANHA RODRIGUES, MYCHELLY DE SA CARVALHO, PEDRO AUGUSTO MANNA BALBO