CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TITULO

Concordância entre os métodos de ultrassonografia e biopsia na gradação de esteatose hepática em Obesos Graves.

OBJETIVO

Avaliar a concordância entre os resultados ultrassonográficos e achados histopatológicos obtidos por biopsia, na gradação de esteatose hepática em pacientes obesos graves.

MÉTODO

Estudo transversal realizado com 112 pacientes que foram submetidos à cirurgia bariátrica, no período de 2015 a 2017, no departamento de cirurgia da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Os pacientes foram submetidos à biopsia hepática no decurso da intervenção bariátrica conforme padronização técnica, com retirada de fragmento em cunha do lobo esquerdo do fígado, de aproximadamente 1 cm. A ultrassonografia foi realizada no paciente pré-cirurgia. A gradação foi realizada considerando a presença de esteatose sendo considerada: sem esteatose; esteatose leve quando encontrado menos de 33%, moderada entre 33 e 66% e grave quando maior que 66% de acúmulo de gordura nos hepatócitos. A concordância entre o método ultrassonográficos com o padrão-ouro biopsia hepática foi medida pelo teste de concordância de Kappa (IC95%), seguindo a orientação de literatura especializada sendo Kappa menor que 0.10 concordância ausente, de 0.11 a 0.40 fraca, de 0.41 a 0.60 discreta, de 0.61 a 0.80 moderada, de 0.81 a 0.99 substancial e 1.00 perfeita.

RESULTADOS

Foram avaliados 98 pacientes do gênero feminino e 14 do masculino com média de idade de 42 e 43.5 anos (p=0.451) e IMC anterior à cirurgia de 46.0 e 45.1 (p=0.781), respectivamente para os gêneros feminino e masculino, sendo esta diferença não significante. Os pacientes que não apresentaram esteatose hepática pelo método ultrassonográfico foram 32.2%, comparados a 25% pelo padrão-ouro. Dos que apresentaram esteatose pelo método ultrassonográfico, 22.3% foi considerada leve, 4.5% moderada e 41.1% grave. O padrão-ouro mostrou que 29.5% se tratavam de esteatose leve, 29.5% de moderada e 16.1% de grave. O coeficiente Kappa mostrou uma concordância fraca entre os dois métodos sedo que a concordância encontrada foi de 41.9%.

CONCLUSÕES

Confrontando os diagnósticos de gradação de esteatose hepática entre o exame ultrassonográfico e o histopatológico, observou-se que a US detectou mais casos de esteatose grave do que realmente existem e menos casos de leve e moderada. Nos casos dos pacientes que não apresentam esteatose, a US acabou considerando como normais 7.2% dos pacientes que se encontram com certo grau de esteatose, reforçando a necessidade da realização da biopsia hepática pra diagnóstico da doença.

PALAVRAS CHAVE

esteatose hepática; obesidade; diagnóstico; biopsia

Área

CIRURGIA DA OBESIDADE

Instituições

Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e Universidade Santo Amaro. - São Paulo - Brasil

Autores

Elias Jirjoss Ilias, Nádia Mie Uwagoya Taira, Paulo Kassab, Wilson Rodrigues de Freitas Junior, Osvaldo Castro, Carlos Alberto Malheiros, Patrícia Colombo-Souza, Cintia Leci Rodrigues