CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TITULO

Indicadores bioquímicos e sua relação com esteatose hepática em pacientes obesos mórbidos submetidos à biopsia de fígado.

OBJETIVO

Verificar se pacientes obesos mórbidos apresentam alterações bioquímicas em relação ao grau de esteatose hepática classificada após realização de biopsia de fígado.

MÉTODO

Estudo transversal realizado com 112 pacientes que foram submetidos à cirurgia bariátrica, no período de 2015 a 2017, no departamento de cirurgia da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Os pacientes foram submetidos à biopsia hepática no decurso da intervenção bariátrica conforme padronização técnica, com retirada de fragmento em cunha do lobo esquerdo do fígado, de aproximadamente 1 cm. Os exames bioquímicos realizados foram: colesterol total e frações (HDL e LDL), triglicerídeos, fosfatase alcalina, glicemia de jejum e transaminase glutâmica oxalacética e pirúvica (TGO e TGP). Para caracterização das etapas evolutivas da doença gordurosa, os pacientes foram codificados, de acordo com o resultado da biopsia de fígado nos seguintes grupos: sem esteatose (S), esteatose leve (L), moderada (M) e grave (G). Para análise dos resultados foi utilizada a Análise de Variância de Kruskall-Wallis com nível de significância de 0,05%.

RESULTADOS

Foram avaliados 98 pacientes do gênero feminino e 14 do masculino com média de idade de 42 e 43.5 anos (p=0.451) e IMC anterior à cirurgia de 46.0 e 45.1 (p=0.781), respectivamente para os gêneros feminino e masculino, sendo esta diferença não significante. A esteatose hepática esteve presente em 75% da população estudada sendo, 29,3% nos grupos leve e moderado e 16% no grupo grave. Os indicadores bioquímicos que apresentaram diferenças estatísticas, entre os diferentes graus de esteatose foram, a fração HDL de colesterol (p=0.027), a glicemia de jejum (p=0.001), a TGO (p=0.019) e a TGP (p=0.048). Para os demais exames, não foi encontrada relação estatisticamente significante.

CONCLUSÕES

A frequência de esteatose hepática foi alta na população estudada e houve relação com a alteração de alguns indicadores bioquímicos. Fica evidente que a avaliação histológica deve fazer parte do diagnóstico e acompanhamento desta população, dada a ausência de relação entre a maioria dos exames bioquímicos realizados.

PALAVRAS CHAVE

esteatose hepática; obesidade; indicadores bioquímicos

Área

CIRURGIA DA OBESIDADE

Instituições

Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e Universidade Santo Amaro - São Paulo - Brasil

Autores

Elias Jirjoss Ilias, Paulo Kassab, Wilson Rodrigues de Freitas Júnior, Osvaldo Castro, Carlos Alberto Malheiros, Patrícia Souza Colombo-Souza, Cintia Leci Rodrigues, Fernanda Galvão Canda Kimura