TÍTULO

PNEUMOTORAX ABERTO E TORAX INSTAVEL: RELATO DE CASO - TRAQUEOSTOMIA PRECOCE

INTRODUÇÃO

Trauma torácico é uma das principais causas de óbitos relacionados a acidentes automobilísticos, com elevada mortalidade e morbidade. Lesões penetrantes ou fechadas podem causar uma desestabilização do arcabouço ósseo, culminando em um quadro de tórax instável com dor intensa à respiração. Esse quadro dificulta a ventilação espontânea e, associado à necessidade de drogas analgésicas potentes, levam a manutenção da ventilação mecânica e sedação, dificultando a recuperação do paciente e a alta hospitalar.

RELATO DE CASO

Paciente masculino, 53 anos, trauma de moto x retroescavadeira, com trauma torácico aberto em região torácica anterior esquerda (10cm x 8cm) com visualização do coração e corpo estranho. Intubado seletivo à direita devido a desconforto respiratório pelo atendimento pré-hospitalar e curativo de três pontas, estável hemodinamicamente. A tomografia computadorizada demonstrou fratura de esterno, fraturas em arcos costais e disjunções esternocondrais à esquerda, corpo estranho no mediastino médio, pneumotórax à direita e suspeita de lesão diafragmática esquerda. Foi submetido à toracotomia anterolateral esquerda: Excluído lesão do diafragma, lavagem exaustiva da cavidade, aproximação do pericárdico, fixação do esterno com fio metálico e das articulações esternocondrais com vicryl, drenagem torácica bilateral e fechamento primário da lesão. Encaminhado para Unidade de Terapia Intensiva onde, após a retirada da sedação, devido ao tórax instável e dor intensa houve falha de extubação no segundo dia de pós-operatório. Mediante a este quadro foi optado pela realização de traqueostomia precoce no sétimo dia de internação e sucesso de extubação no dia subsequente. Paciente evolui com melhora progressiva, mantido em nebulização contínua. No 17º dia de evolução recebe alta da UTI, com troca da cânula de traqueostomia para metálica e liberado dieta oral. No 20º dia paciente recebe alta hospitalar para acompanhamento ambulatorial.

DISCUSSÃO

Pacientes com tórax instável possuem um tempo de internação hospitalar prolongado, com uso de ventilação mecânica e complicações pulmonares. Estudos com a utilização de placas de titânio para fixação das fraturas não conseguiram demonstrar alteração da mortalidade e, seu alto custo, inviabiliza o uso pelo Sistema Único de Saúde. A realização da traqueostomia precoce diminui o tempo de internação hospitalar e as complicações pulmonares, reduzindo os custos para o serviço de saúde e morbidade para o doente, já que diminui o espaço morto, auxilia na fisioterapia respiratória e na higiene e proporciona mais conforto ao doente. O objetivo desse relato é mostrar a traqueostomia precoce pode melhorar a evolução do tórax instável

PALAVRAS CHAVE

Pneumotórax aberto, Tórax instável, Traqueostomia, Trauma, Traqueostomia precoce.

Área

TRAUMA