CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

RELATO DE CASO : CISTO TAILGUT

INTRODUÇÃO

 A persistência de vestígios embriológicos do intestino posterior dá origem aos cistos conhecidos como hamartomas císticos (cisto tailgut). Os cistos tailgut são as lesões congênitas mais comuns do espaço retro-retal, porém sua verdadeira incidência não está claramente definida. Os cistos tailgut desenvolvem-se no espaço retro- retal e geralmente são benignos, de paredes finas, multiloculados, preenchidos por secreção espessa, mucóide e clara. A presença de epitélio colunar ou de transição é necessária para distingui-los dos cistos dermóide e epidermóide. Geralmente são assintomáticos, porém quando há sintomas esses são devido à compressão ou invasão de órgãos ou nervos adjacentes, como dor em região lombar, de membros inferiores ou hipogástrio e constipação. Os cistos com infecção secundária são o principal diagnóstico diferencial do abscesso anorretal e fístula anal. O diagnóstico é suspeitado baseado na história clínica e no exame físico, porém a tomografia computadorizada e a ressonância nuclear magnética são os exames que permitem melhor avaliação dos tumores retro-retais, pois permitem avaliar extensão, consistência, invasão de estruturas adjacentes, bem como comprometimento de linfonodos locais. A USG endorretal vem sendo usada na definição diagnóstica dessas lesões, com alta sensibilidade. O tratamento de escolha é a ressecção cirúrgica ampla do tumor retro- retal independente do tipo histológico, tanto para pacientes assintomáticos quanto sintomáticos devido o risco de malignidade ou transformação maligna futura, infecção e alterações na defecação

RELATO DE CASO

 R.M.A, 47 anos, encaminhada ao serviço com diagnostico de tumor em região subcoccígea. Refere dor e desconforto há 3 anos associada a incontinência fecal e urinária. É hipertensa e refere histerectomia há 8 anos. Ao exame físico, bom estado geral, com abaulamento em região de cóccix, indolor a palpação, sem sinais flogísticos. Foram solicitados tomografia e ressonância magnética de abdome, os quais demonstraram agenesia de peças sacrais e coccígeas, formação predominantemente cística, paredes levemente espessas, conteúdo heterogêneo de 5,5 x 5,7 x 4,7cm, sem realce significativo, extraperitoneal, inespecífico. Indicada ressecção cirúrgica do cisto por acesso interglúteo com retirada de dois cistos preenchidos por material amorfo sem odor. Os cistos foram enviados para anatomopatológico que os caracterizou como cisto hamartoso retroretal (tail gut cyst) sem atipias ou sinais de malignidade. A paciente evoluiu bem no pós-operatório e teve alta no 1º dia. No seguimento ambulatorial (1 mês), paciente apresentava boa cicatrização e referiu melhora da dor referida no início do quadro.

DISCUSSÃO

o cisto tailgut é uma patologia rara, oligossintomática, insidiosa que exige tratamento cirúrgico.

PALAVRAS CHAVE

 hamartomas císticos; lesões congênitas

Área

MISCELÂNIA

Instituições

HOSPITAL REGIONAL DE COTIA - São Paulo - Brasil

Autores

AMANDA DA CUNHA BORGES, FERNANDA ASSUNÇÃO MALDOS, THAIS REALI DE JESUS SIQUEIRA, SAMANTHA CAVALCANTE, MARCIO GOTTO, MARCIO JOSE CARDOSO AMARAL, MAURO HENRIQUE DE SA ADAMI MILMAN, JOSÉ ROBERTO MELCHIORI BUCCO