CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

HERNIA DIAFRAGMATICA CONGENITA: UM RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

A hérnia diafragmática congênita (HDC) é uma patologia definida por má formação de parte ou totalidade de uma hemicúpula diafragmática. Existe uma falha no fechamento deste músculo que tem como consequência um defeito de continuidade. Sua incidência neonatal é cerca de 1:3000 a 1:5000, é mais comum o acometimento de segmento póstero-lateral do diafragma, no seu lado esquerdo. O fechamento natural do canal pleuroperitoneal não ocorre durante o desenvolvimento embrionário e, por consequência, órgãos abdominais podem ocupar um pouco do espaço torácico, impedindo o crescimento e desenvolvimento completo dos pulmões. A motivação deste trabalho é devida à sua baixa incidência e alta letalidade, sendo sua identificação pré-natal essencial para programar o parto em um centro hospitalar adequado com digna assistência necessária para tal patologia.

RELATO DE CASO

Recém-nascido (RN), sexo masculino, branco, natural de Itaperuna-RJ, parto transvaginal no dia 18/01/2018, idade gestacional (IG) de 37 semanas e 1 dia, nasceu deprimido na sala de parto. No carrinho de reanimação, o RN foi aquecido, aspirado boca e vias aéreas superiores, com líquido de aspecto claro com grumos. Realizado ventilação com pressão positiva (VPP) com unidade ventilatória máscara–válvula–balão e oxigênio. No raio-x, notava-se a presença de alças intestinais no hemitórax direito; de perfil percebia-se que a saída das alças era por um defeito póstero-lateral direito do diafragma. As alças intestinais causando uma atelectasia do pulmão direito. Uma vez estabilizado e com os devidos cuidados pré-operatórios, a conduta após resultado dos exames foi hernioplastia diafragmática (via abdominal), na qual foi realizada uma incisão subcostal direita, com abertura por planos, seguido de drenagem torácica direita e punção da veia subclávia direita com passagem de cateter. O RN foi encaminhado à Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI) com os devidos cuidados pós-operatórios, evoluindo sem intercorrências.

DISCUSSÃO

Recém natos com HDC geralmente não conseguem respirar sozinhos devido à hipoplasia pulmonar. É um problema grave que requer internação em UTI neonatal. O cirurgião pediátrico irá atuar corrigindo a hérnia, posicionando as vísceras abdominais novamente no abdômen e fechando o defeito do diafragma suturado. A cirurgia, se feita em momento adequado com as técnicas corretas, é um importante fator prognóstico (juntamente a correção do equilíbrio ácido básico e estratégia ventilatória). Numa revisão de 116 casos de HDC verificou-se uma mortalidade global de 68%, com 61% nascidos vivos, sendo que desse grupo sobreviveram apenas 52%. 56% desses 52% sobreviveram ao tratamento cirúrgico e 92% dos que foram submetidos a cirurgia sobreviveram (STEGE G, 2003). Portanto, a correção cirúrgica, como no caso descrito, é mandatória quando possível para melhorar o prognóstico e reduzir complicações.

PALAVRAS CHAVE

hérnia diafragmática congênita, recém-nascido, cirurgia

Área

CIRURGIA PEDIÁTRICA

Instituições

Hospital São José do Avaí - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

CARLA GUEDES SOUTO, NINA ANGÉLICA REGIS LIBÓRIO, MARIANA ZAMPILLI RODRIGUES, EMANUELA SIGILIANO DE PAIVA, CARMEN CARDILO LIMA, FERNANDA CARDILO LIMA