CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

GASTROSQUISE: UM RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

A gastrosquise é uma malformação congênita caracterizada por defeito no fechamento da parede abdominal anterior, medindo em torno de 2-5 cm, e herniação de diversas vísceras abdominais, porém mais frequentemente de alças intestinais, de localização paraumbilical. A taxa de incidência é de 1-5 a cada 10.000 recém-nascidos vivos, sendo mais raro que a da onfalocele (NETO, 2018). A sobrevivência dos recém-nascidos com gastrosquise tem aumentado nas últimas décadas. No entanto, o dano intestinal ainda é responsável pela elevada morbidade e, eventualmente, a mortalidade dos pacientes (MATA, 2014). O trabalho se justifica pela baixa incidência e pela importância cirúrgica na redução da morbidade e mortalidade da gastrosquise em recém-nascidos.

RELATO DE CASO

Recém-nascido a termo, masculino, branco, nascido em 13/11/17 com semi-oclusão intestinal, encaminhado à Unidade de Terapia Intensiva Neonatal com os devidos cuidados. Apresentou alteração para-umbilical direita, com exteriorização de alças do intestino delgado. Evoluiu com diarreia e gastroenterite, sendo submetido em 21/12/17 á laparotomia para correção da gastrosquise. Não apresentou nenhuma intercorrência. Em 16\05\18 retorna ao serviço com diagnóstico de síndrome da artéria vértebro-basilar.

DISCUSSÃO

O diagnóstico de gastrosquise passou a ser possível ainda no período pré-natal devido ao avanço e à disseminação da ultrassonografia na propedêutica da gestação nas últimas décadas. É possível realizar o diagnóstico ecográfico, constatando o defeito da parede abdominal e alças intestinais flutuando livremente no líquido amniótico, sem membrana limitante, a partir de 16-20 semanas. Com a ultrassonografia endovaginal, o diagnóstico é possível a partir de 12,5 semanas. O volume herniado pode ser desproporcional ao pequeno tamanho da cavidade abdominal. (AMORIM , 2000). Durante consultas pré-natal, deve-se rastrear o retardo de crescimento intra-uterino, que ocorre em 23-77% dos casos, bem como diagnosticar e inibir o trabalho de parto prematuro. Deve-se também monitorar a vitalidade fetal, devido risco de sofrimento fetal. Há controversas a respeito da via de parto e da idade gestacional ideal para interrupção da gestação. (NETO, 2018) A correção da gastrosquise precoce apresenta menor risco de complicação e incidência de reabordagem. O reparo cirúrgico imediato tem sido recomendado por associar-se a resultados superiores aos das abordagens mais tardias, com menor risco de comprometimento das alça intestinais e infecção. Além disso, associa-se a menor tempo de ventilação mecânica, nutrição parenteral e internação hospitalar. (FONSECA, 2016). Assim, a correção cirúrgica deve ser realizada precocemente sempre que possível a fim de reduzir complicações e melhorar o prognóstico, principalmente quando associada a outras malformações congênitas.

PALAVRAS CHAVE

gastrosquise, malformações, recém-nascido.

Área

CIRURGIA PEDIÁTRICA

Instituições

Hospital São José do Avaí - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

CARLA GUEDES SOUTO, MIRELA XIMENES ALMEIDA, GABRIEL FRIAÇA DE OLIVEIRA CARDOSO, CARMEN CARDILO LIMA, FERNANDA CARDILO LIMA, LARISSA CORREA GARCIA DE OLIVEIRA