CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

TUMOR NEUROENDOCRINO DE APENDICE COM MANIFESTAÇAO DE APENDICITE AGUDA

INTRODUÇÃO

O tumor neuroendócrino de apêndice cecal possui uma incidência estimada de 0,15/100.000/ano, mais frequentemente no sexo feminino e na faixa etária dos 40 aos 50 anos. É incomum serem suspeitados antes do exame anatomopatológico de uma peça cirúrgica de apendicectomia, devido sintomatologia inespecífica, justificando assim sua importância epidemiológica. Essa neoplasia usualmente é menor do que 1 centímetro de diâmetro e em sua maioria é de caráter benigno. Nestes casos, a apendicectomia se configura como tratamento definitivo. Porém, em menos de 2% dos casos, o tumor pode metastatizar, geralmente quando seu tamanho é maior do que 2 centímetros, sendo indicado, aqui, colectomia direita independente da invasão do mesoapêndice.

RELATO DE CASO

Paciente feminino, 22 anos, atendida no Hospital Santa Rita de Maringá, com quadro de dor em fossa ilíaca direita com 6 horas de evolução, associado a diarréia e hiporexia. Relatava ainda 2 episódios semelhantes em anos anteriores com melhora espontânea. Embora em exames laboratoriais não apresentava alterações significativas compatíveis com abdome agudo inflamatório, foi aventado hipótese de apendicite aguda, sendo solicitado ultrassonografia de abdome total para elucidar o caso, cujo o resultado foi de presença de apendicolito em lúmem de apêndice, porém com limites dentro da normalidade. Para corroborar com a hipótese diagnóstica foi realizado tomografia computadorizada de abdome que encontrou apêndice com espessura aumentada, justificando uma apendicite aguda em fase inicial. Paciente foi encaminhada para apendicectomia videolaparoscópica, e peça cirúrgica encaminhada para exame anatomopatológico, com resultado de tumor neuroendócrino bem diferenciado de apêndice.

DISCUSSÃO

Tumor neuroendócrino de apêndice é uma afecção rara, mais incidente em mulheres da quarta a quinta década de vida. O caso apresentado difere da literatura ao apresentar uma paciente jovem. O fato de ter apresentado quadro clinico semelhante em outras ocasiões gerou inicialmente dúvida diagnostica. Entretanto, na impossibilidade de descartar processo inflamatório agudo do apêndice, aliado á um fácil acesso do serviço a um exame de imagem, o exame tomográfico foi crucial para indicação de procedimento cirúrgico. Fica evidente que, embora o diagnóstico de apendicite aguda esteja bem sedimentado na prática médica, a acessbilidade de alguns serviços a exames de imagem auxiliam o cirurgião na decisão de procedimentos invasivos. Raramente essa neoplasia apresenta manifestações clínicas. A apendicite aguda, como sintomalogia, é incomum, pois o tumor, devido seu tamanho pequeno e sua localização mais frequente na ponta do apêndice, é insuficiente para obstruir a luz do órgão. O anatomopatológico evidenciou neoplasia de 0,5 centímetros de dimensão e margens livres, justificando a apendicectomia como tratamento curativo e definitivo.

PALAVRAS CHAVE

Tumor Neuroendócrino. Apendicite Aguda. Neoplasias do Trato Gastrointestinal. Apêndice Cecal

Área

COLOPROCTOLOGIA

Instituições

HOSPITAL SANTA RITA - Paraná - Brasil

Autores

JULIANO FABRICIO SANTOS NETO, TIAGO FERRARI, LUIZ RICARDO CAMPELO, EDUARDO HENRIQUE STEFANO, DANIEL ANDRADE REIS