CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

MUCOCELE ASSOCIADO A TUMOR NEUROENDÓCRINO DE APÊNDICE CECAL

INTRODUÇÃO

As neoplasias primárias do apêndice cecal são raras e respondem por aproximadamente 0,5% dos tumores gastrointestinais. Difícil diagnostico devido a inespecificidade do quadro clínico, frequentemente manifestam-se como apendicite aguda e o diagnostico definitivo é confirmado pela histopatologia. O diagnóstico incidental de neoplasia de apêndice por apendicite aguda é de aproximadamente 0,5%. Existe prevalência maior do tumor carcinoide com relação ao adenocarcinoma com suas diferentes formas histopatológicas. O objetivo deste relato é apresentar um caso de mucocele de apêndice cecal diagnosticado ainda no pré-operatório associado a TNE, tratado no serviço Cirurgia Geral do HCLPM.

RELATO DE CASO

Paciente feminina, 38 anos, dor em hipocôndrio e fossa ilíaca direita há 1 ano associada a perda ponderal. A TC e RM de abdome com imagem sugestiva de mucocele de apêndice. Indicada a abordagem cirúrgica na qual foi encontrado apêndice edemaciado e de diâmetros aumentados, formato cístico com espessamento em base, sendo realizada colectomia direita com ileotransverso anastomose latero-lateral, sem intercorrências no pós-operatório. O estudo histopatológico da peça cirúrgica evidenciou neoplasia mucinosa de apêndice cecal de baixo grau comprometendo circunferencialmente toda sua estrutura, presença de lago de mucina acelular na camada muscular própria e proliferação celular organoide em área focal de 1 cm de diâmetro que invade submucosa e camada muscular própria. A imunohistoquímica da área focal foi positiva para cromogranina, sinaptofisina e AE1AE3 com Ki67 inferior a 1%, concluindo como tumor neuroendócrino bem diferenciado grau 1. Atualmente a paciente encontra-se realizando acompanhamento ambulatorial pelas equipes de oncologia clínica e cirurgia geral.

DISCUSSÃO

Neoplasia mucinosa ou mucocele de apêndice caracteriza-se pela dilatação cística do mesmo, causada pelo acúmulo de líquido mucinoso no seu interior. Apresenta-se de forma insidiosa, com sintomatologia inespecífica ou manifestar-se como quadro de abdômen agudo por apendicite aguda quando oclui o lúmen apendicular. Diagnóstico pré-operatório é raro e os métodos de imagem como ultrassom, tomografia e ressonância magnética podem sugerir esta hipótese assim como a colonoscopia e o enema baritado. Este tipo de lesão é benigna, entretanto, quando rompe pode evoluir para o pseudomixoma peritoneal e quando degenera pode evoluir para o adenocarcinoma mucinoso de apêndice. Raramente pode estar associada ao tumor neuroendócrino e há poucos relatos na literatura de pacientes com esta associação. O tratamento é sempre cirúrgico o qual pode variar desde a apendicectomia clássica até a colectomia direita por via aberta ou videolaparoscópica. Em 20% dos casos podem estar associados com o câncer colorretal e ginecológico. O risco de metástases em tumores neuroendócrinos maiores de 2 cm oscila entre 30e 60% e se confinado ao apêndice a sobrevida em 5 anos é de 94%

PALAVRAS CHAVE

NEOPLASIA APÊNDICE CECAL; TUMOR NEUROENDOCRIMO; MUCOCELE APÊNDICE;

Área

COLOPROCTOLOGIA

Instituições

HOSPITAL DAS CLINICAS LUZIA DE PINHO MELO-HCLPM - São Paulo - Brasil

Autores

POLIANA DE PAULA VIEIRA BORGES DOS REIS SOARES, PRISCILA ARGENTO REBELO, FERNANDO ORIOLI MORAES, JULIANA MEGUMI MACIEL ARIE, RAFAELLA HENRIQUES CAVALCANTI TORRES DE MELO, BEATRIZ TURQUIAI LUCA BLASIO, RAYANNE GONÇALVES DOS SANTOS, FRANZ ROBERT APODACA TORREZ