CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

ADENOCARCINOMA COLORRETAL SINCRONICO - RELATO DE CASO E REVISAO LITERARIA

INTRODUÇÃO

Adenocarcinoma primário multicêntrico sincrônico é o termo designado para tumores primários, aqueles que não resultam de metástase e são independentes, malignos e microscopicamente apresentam algum grau de displasia na sua periferia, acometem o mesmo órgão em diferentes regiões e apresentam a mesma origem histológica. Para serem classificadas como sincrônicas devemos diagnosticá-las concomitantemente ou em um intervalo de até 06 meses. Este caso revela a importância de exame diagnóstico, como a colonoscopia, bem realizado e pequeno intervalo entre diagnóstico e intervenção terapêutica para boa evolução do paciente.

RELATO DE CASO

Paciente D.R.S., feminino, caucasiana, 59 anos, procedente de Guarulhos - SP.
Em consulta da gastroenterologia queixou-se de dor abdominal, em cólica, há dois meses, com alteração de hábito intestinal para constipante, associado a perda ponderal não mensurada. Ausência de fatores de risco.
Submetida a colonoscopia em março de 2018, que evidenciou duas lesões, uma em reto alto e outra em cólon transverso próximo à flexura hepática, na qual o aparelho não avançou. A biópsia indicou adenocarcinoma ulcerado de cólon transverso apenas. Após exames pré-operatórios dentro dos padrões da normalidade, realizou colectomia subtotal com anastomose primária videolaparoscópica e com marcação tumoral na data da cirurgia, 42 dias depois da colonoscopia.
O anatomopatológico da cirurgia determinou adenocarcinoma moderadamente diferenciado com infiltração neoplásica até tecido adiposo das lesões de retossigmoide e de cólon transverso, sem invasão angiolinfática ou perineural. Margens livres e linfonodos sentinelas não acometidos (T3 M0).
Em consultas de retorno, sem sintomatologia importante e, atualmente, está em seguimento com a oncologia.

DISCISSÃO

O câncer colorretal é o terceiro mais incidente em homens e segundo em mulheres. A prevenção do aparecimento desses tumores ocorre através da detecção e remoção de lesões benignas antes da malignização, e deve ser associada a mudanças no estilo de vida. Alguns fatores, inevitáveis, aumentam o risco de desenvolvimento da doença, como idade acima de 50 anos, história familiar ou pessoal de câncer colorretal ou de outras neoplasias.
No Brasil, há prevalência de 22,8% de lesões em cólon direito, 40,6% em cólon esquerdo e 36,6% no reto, sendo notável, nos últimos anos, decréscimo nas neoplasias retais e aumento na taxa de tumores em cólon direito.
A colonoscopia tem importante papel no diagnóstico de afecções colorretais únicas ou sincrônicas, benignas (pólipos adenomatosos) ou malignas, tendo em vista exames de imagem como ultrassonografia e tomografia computadorizada que auxiliam mais o estadiamento. Todo indivíduo deve iniciar rastreamento aos 50 anos, contudo com maior atenção aos casos de maior risco em que esse valor corte é diminuído para screening.
Conclui-se que é imprescindível uma colonoscopia satisfatória para diagnóstico e terapêutica adequadas de doenças colorretais.

PALAVRAS CHAVES

Câncer, Colorretal, Colonoscopia, Cirurgia.

Área

COLOPROCTOLOGIA

Instituições

HOSPITAL OITO DE DEZEMBRO - São Paulo - Brasil

Autores

EDSON ITIO NISHI, FERNANDO SOITIRO NISHI, JOSÉ CIONGOLI, MARIA XAVIER DE CASTRO, GUILHERME BALADI