CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

RELATO DE CASO DE APENDICITE AGUDA COM DIAGNOSTICO TARDIO

INTRODUÇÃO

Diversos autores foram importantes para o desenvolvimento de técnicas de diagnóstico e tratamento da apendicite aguda (AA). Grandes exemplos são Reginald Fitz, que em 1886 identificou o apêndice como a principal causa de inflamação do quadrante inferior direito, e Chester McBurney, que em 1889 descreveu a dor migratória característica da AA, e que descreveu o famoso Ponto de McBurney. Em 1894 o mesmo relatou uma incisão no quadrante inferior direito do músculo para remoção do apêndice (incisão de McBurney). A apendicite aguda é a doença de cunho cirúrgico mais comum nos prontos socorros (PS). Geralmente é causada pela obstrução de seu lúmen, que favorece o crescimento bacteriano. O sintoma mais frequente é a dor abdominal em fossa ilíaca direita, sendo este responsável por 5 a 10% dos atendimentos de PS. Por ser basicamente clínico, o diagnóstico pode ser mais suscetível a erros, e resultar em intervenções desnecessárias ou, como neste caso, no diagnóstico tardio de condições urgentes. O diagnóstico precoce ainda é o objetivo mais importante em pacientes com suspeita de AA, pois o atraso aumenta a probabilidade da patologia se agravar, com perfuração do apêndice, peritonite franca (local ou difusa), e aumento significativo da morbimortalidade. O objetivo deste estudo é apresentar um caso de AA com atraso no diagnóstico, destacando a importância do mesmo e de seu tratamento precoce.

RELATO DE CASO

Homem de 60 anos, cadeirante, etilista, tabagista, com cirrose hepática alcoólica. Encaminhado de outro serviço para o Hospital Nardini com dor abdominal de início súbito por uma semana, com piora progressiva, associado a vômitos e inapetência. Na admissão apresentou-se em mau estado geral, evoluiu com rebaixamento do nível de consciência, e foi encaminhado para UTI. Por conta de abdome agudo inflamatório e sepse, foi submetido à laparotomia exploradora de urgência somente depois de dois dias internado, com AA complicada e peritonite difusa. Chegou a desenvolver choque séptico, e também pneumonia. No total, ficou internado 22 dias até a alta hospitalar. O resultado da anatomia patológica confirmou o diagnóstico de AA purulenta flegmonosa.

DISCUSSÃO

O diagnóstico precoce é essencial na prevenção de complicações da AA, com objetivo de diminuir o tempo de evolução da inflamação apendicular, seus índices de perfurações, suas complicações infecciosas e consequentemente os dias de internação hospitalar. Embora os índices de mortalidade atribuídos à AA terem diminuído no último século, as suas complicações continuam comuns devido a atrasos diagnósticos. Neste relato, o paciente evoluiu para AA perfurada (incidência de 3,9% em 500 pacientes avaliados) muito provavelmente devido ao seu diagnóstico tardio. Este relato demonstra as possíveis consequências e agravos à saúde em casos de AA diagnosticados tardiamente.

PALAVRAS CHAVE

Apendicite, cirurgia, dor abdominal

Área

MISCELÂNIA

Instituições

Universidade Nove de Julho - São Paulo - Brasil

Autores

Gabriela Cravari Marques, Nayara Adriana Arias Rodriguez, Geovana Bauer Bagatini, Maria Caroline Rossi Souza, Enaiê de Aprigio Zanotto, Allison Takeo Tsuge