CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

CISTO ESPLENICO VERDADEIRO NAO-PARASITARIO VOLUMOSO EM CRIANÇA: RELATO DE CASO E TRATAMENTO

INTRODUÇÃO

Os cistos esplênicos são de ocorrência rara, podendo ser diagnosticados através de uma história clínica e exame físico associado a exames de imagens, além de sua punção para identificar algumas de suas etiologias. Seu tratamento consiste desde uma conduta conservadora até mesmo para esplenectomia total.

RELATO DE CASO

K.R.B , 12 anos,feminino, da entrada ao serviço com quadro de aumento do volume abdominal e dor em hipocôndrio esquerdo há 30 dias com piora há 4 dias, acompanhado de dispneia leve. Nega história de trauma prévio. Ao exame físico foi encontrado massa palpável em hipocôndrio esquerdo. A ultrassonografia evidenciou massa cística localizada entre a região epigástrica e o hipocôndrio esquerdo. Realizou uma tomografia de abdome em que foi evidenciado cisto esplênico volumoso, com cerca de 20 cm no seu maior diâmetro, ocupando quase a totalidade do baço, com parênquima remanescente menor que 25% do tamanho do órgão. Foi submetida a punção do cisto para alivio e diagnóstico, guiada por ultrassonografia, com saída de 140 ml acastanhado turvo e sua cultura não foi evidenciado presença de bactérias ou parasitas.Indicado então esplenectomia total, recebendo vacinação prévia para bactérias capsuladas. Teve como resultado do anatomopatológico: cisto epitelial do baço e ausência de malignidade no material.

DISCUSSÃO

Os cistos esplênicos podem classificados em cistos verdadeiros (parasitários e não-parasitários) e pseudocistos (cistos pós-traumáticos, infeccioso e pós infarto esplênico). Os cistos esplênicos verdadeiros são os que possuem revestimento epitelial, enquanto o pseudocisto possui apenas camada de tecido fibroso. A idade de aparecimento em média é de 12 anos, atingindo mais mulheres. A maioria é assintomática e diagnosticada acidentalmente durante exame de imagem abdominal, porém quando maior que 8 cm de diâmetro podem causar dor no hipocôndrio esquerdo e sintomas compressivos sobre os órgãos adjacentes como vômitos, dispneia, dor pleurítica, entre outros. Os cistos esplênicos podem ser diagnosticados por exames de imagem como radiografia simples de abdome, ultrassonografia, tomografia, além da análise do conteúdo do cisto. A anatomia patológica é responsável pelo resultado definitivo. A esplenectomia é o tratamento de escolha para os cistos esplênicos não-parasitários, mesmo para os assintomáticos, visando evitar complicações como rotura, hemorragia e infecção. Atualmente o tratamento conservador é geralmente aceito para cistos menores que 5 cm no seu maior diâmetro. Temos ainda opção de marsupialização para cistos pequenos e para cistos maiores outra opção é a hemiesplenectomia laparoscópica, que só é válida do ponto de vista imunológico, se pelo menos 25% do baço for preservado. A esplectomia total no caso relatado foi necessário devido ao grande volume do cisto, e a porção remanescente do parênquima ser menor que 25%, o que não teria função imunológica adequada, além do risco de sangramento pela falta de instrumentais hemostáticos adequados.

PALAVRAS CHAVE

cisto esplênico

Área

CIRURGIA PEDIÁTRICA

Instituições

HOSPITAL DAS CLINICAS LUZIA DE PINHO MELO - São Paulo - Brasil

Autores

RAYANNE GONÇALVES DOS SANTOS, RAFAELLA HENRIQUES CAVALCANTE TORRES DE MELO, GUILHERME MARINO , ELAINE UNGERSBOCK AUGUSTO LIN, JULIANA MEGUMI MACIEL ARIE, POLIANA DE PAULA VIEIRA BORGES DOS REIS SOARES, SU BONG KIM, KLEBER SAYEG