CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

PNEUMORRAQUIA ESPONTANEA

INTRODUÇÃO

A pneumorraquia espontânea é rara e caracteriza-se pela presença de ar no canal medular, independente da camada acometida. A causa é multifatorial e o diagnostico geralmente ocorre através de exames de imagem, sendo a tomografia computadorizada o melhor exame. O objetivo desse trabalho é descrever um caso de Pneumorraquia espontânea em paciente jovem do sexo masculino.

RELATO DE CASO

Paciente B.M.P, masculino, 23 anos, usuário de drogas, foi admitido na emergência com queixa de edema em face e região cervical há 01 dia associado a odinofagia, vômitos e dispnéia súbita. O exame físico de entrada apresentava-se estável hemodinamicamente, com enfisema subcutâneo, ausculta pulmonar sem alterações. Os exames laboratoriais evidenciaram leucocitose sem desvio, sem outras alterações. Realizado tomografia computadorizada de tórax com evidencia de extenso enfisema de partes moles, pneumomediastino, pneumotórax bilaminar bilateral; pneumorraquia no espaço epidural do canal medular. Prosseguiu-se a investigação para excluir possíveis causas, com endoscopia digestiva demonstrando esofagite erosiva grau A de Los Angeles e gastrite enantemática leve do antro e broncoscopia, sem alterações. Paciente evoluiu satisfatoriamente com tratamento conservador, sendo dispensado após quatro dias.

DISCUSSÃO

Pneumorraquia (PR) é um achado radiográfico excepcional, mas eminente, acompanhado de diferentes etiologias e possíveis vias de entrada de ar no canal vertebral. O ar dentro do canal vertebral pode ser dividido em PR primário e secundário, classificado descritivamente em PR extra ou intradural e sujeito etiologicamente a relações de risco iatrogênicas, traumáticas e não-traumáticas. É geralmente encontrado isolado nas regiões cervical, torácica e, menos freqüentemente, lombossacra, mas também pode ser localizado em todo o canal medular. A PR intradural é reconhecida pela presença de pneumoencéfalo sem sinais de trauma, o ar originou-se de uma ruptura dural por uma lesão espinhal penetrante. A meningite é uma complicação em potencial e é fatal. Os pacientes com PR externa (intraespinhal ou extradural) geralmente se recuperam mais facilmente. PR interna traumática está associada a grandes traumas e pode ser considerado um marcador de gravidade.

A doença geralmente representa um epifenômeno assintomático, mas também pode ser sintomática por si mesma e por sua patologia subjacente. Este último, embora muitas vezes grave, pode ser de difícil reconhecimento diagnóstico e cada paciente deve ser examinado cuidadosamente para permitir o seu tratamento adequado. Devido à sua raridade, não há diretrizes sobre o manejo. Normalmente, será espontaneamente reabsorvido, por isso seu tratamento é de grande maioria conservador. Assim como o quadro do paciente. É essencial que a causa principal seja tratada.

PALAVRAS CHAVE

Pneumorraquia, pneumoediastino, enfisema subcutâneo, pneumorraquia espontânea

Área

TRAUMA

Instituições

UNISA - São Paulo - Brasil

Autores

Stephanie Santin, Alexandre Zanchenko Fonseca, Marcelo Augusto Fontenelle Ribeiro Junior, Fernando Furlan Nunes, Anaídes Marques do Vale Cougo, Gabriela Karabachian Tebar, Guilherme Sá Teixeira Siqueira, Matheus Rocha Araújo