CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA DECORRENTE DE MALFORMAÇAO ARTERIOVENOSA

INTRODUÇÃO

A Hemorragia Digestiva Alta (HDA) é causa comum de internação nos serviços de emergência, entretanto as decorrentes de malformações arteriovenosas (MAVs) no estômago são raras.

RELATO DE CASO

G.T.B.T., sexo masculino, 24 anos, branco, apresentando quadro de melena e hematêmese associados à hipotensão postural e síncope há dois dias. Admitido em sala de emergência no dia 08/01/2018 com Hemoglobina (Hb) 7,3 g/dL; Hematócrito (Ht) 22% e realizada estabilização hemodinâmica. Após estabilização, realizada Endoscopia Digestiva Alta (EDA) evidenciando lesão sugestiva de Dieulafoy sendo realizada escleroterapia.
No dia 12/01/2018, retorna ao pronto socorro (PS) com quadro de hematêmese e melena. Realizada EDA, sendo encontrado ponto de esclerose prévia e observado alteração sugestiva de varizes de fundo gástrico. Dois dias após, realizado novo EDA a qual foi identificado sangramento gástrico ativo e realizado hemostasia com 3 hemoclipes. .
No dia 24/01/2018, recidivou HDA, admitido em sala de emergência para estabilização hemodinâmica. Transferido para Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde apresentou novo episódio de hematêmese. Após 12 horas, foi realizada EDA, recebendo o diagnóstico de Lesão de Dieulafoy a qual foi tratada com ligadura elástica.
Cinco dias após, novo quadro de HDA e hipocalemia. Nova EDA evidenciou sangramento ativo em fundo gástrico e ulcerações, colocação de 4 hemoclipes como forma terapêutica. Realizado Tomografia Computadorizada (TC) de Abdome Total, identificado vasos arteriais serpinginosos e calibrosos na parede do fundo gástrico, que encontrava-se espessada, comunicando-se com as artérias gástricas esquerda, esplênica e epiplóica. Solicitado arteriografia para complementação diagnóstica, a qual identificou Mal formação Arteriovenosa proveniente da artéria esplênica. Realizado embolização da lesão com microesferas. Paciente evoluiu imediatamente com dor incapacitante em UTI, sob medicação de opioides sem melhora do quadro. Realizada TC de Abdome Superior evidenciando sinais de infarto esplênico. Dia 22/02/2018, realizada esplenectomia via laparotomia. Permaneceu internado por sete dias para completar antibioticoterapia.

DISCISSÃO

A MAV é caracterizada por um enovelado vascular, onde várias artérias e veias promovem nutrição e drenagem, respectivamente, desse tumor vascular, fazendo com que apresente geralmente volumes importantes e alto fluxo sanguíneo. O tratamento cirúrgico das MAVs é um procedimento difícil. Visto que trata-se de um tumor de vasos sanguíneos, na grande maioria das vezes, não é possível retirar totalmente a lesão e após isso ela costuma crescer e tornar-se sintomática. Atualmente, opta-se pela embolização, faz-se a cateterização superseletiva dos vasos sanguíneos nutridores deste tumor e injetado no seu interior substâncias embolizantes que promoverão a oclusão dos mesmos e posterior regressão da lesão.

PALAVRAS CHAVES

malformação arteriovenosa, hemorragia digestiva alta

Área

CIRURGIA VASCULAR

Instituições

universidade brasil - São Paulo - Brasil

Autores

GABRIEL TIKARA BRAGION TANAKA, CAROLINE DUTRA ZIMINIANI, CAROLINA FOLINI, GABRIELLE DUTRA ZIMINIANI, RAFAEL LUÍS LUPORINI, PEDRO CARTAPATTI DA SILVA