CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

COLECISTECTOMIA EM OCTOGENARIOS: ANALISE RETROSPECTIVA DE 30 CASOS

OBJETIVO

​Considerando o aumento da expectativa de vida da população, objetivamos discutir a realização de colecistectomias em pacientes octogenários, uma vez que a prevalência de colelitíase é alta na população em geral e, em idosos, geralmente se apresenta
nas suas formas complicadas.

MÉTODO

​Foram analisados dados retrospectivos em prontuário eletrônico de pacientes com idade superior a 80, sendo revisadas informações sobre idade, sexo, APACHE II, via de acesso, tempo de permanëncia em unidade de terapia intensiva, tempo de internação hospitalar,
mortalidade e morbidade.

RESULTADOS

​Entre agosto de 2014 a abril de 2018 foram realizadas 30 colecistectomias em pacientes com mais de 80 anos em nosso serviço, sendo que destes 18 eram do sexo feminino (60%) e 12 eram do sexo masculino (40%). A idade média foi de 84,9 anos (80 – 95) e o APACHE II médio calculado foi de 12,1 (6-23). O diagnóstico foi pancreatite em 4 casos (13,3%), colecistite aguda em 14 casos (46,6%), coledocolitíase em 8 casos (26,6%), colangite em 2 (6,66%) e cólica biliar reentrante em 2 casos (6,66%). Dentre os casos de colecistite aguda, 8 foram classificados como Tokyo II e 4 como Tokyo III. Colangiografia retrógrada endoscópica foi indicada em 4 casos. A via de acesso foi laparoscópica em 27 casos (90.0%) e convencional em 3 casos (10.0%). Colangiografia intra operatória foi realizada em 22
casos (73.3%) e 2 pacientes necessitaram de coledocotomia e drenagem com dreno de Kehr. Internação em unidade de terapia intensiva foi necessária em 20 casos e o tempo médio de internação em unidade de terapia intensiva foi de 6,4 dias (0-35). O tempo médio de internação hospitalar foi de 11,9 dias (2-41 dias). Dentre os pacientes submetidos a colecistectomia, 24 pacientes receberam alta hospitalar e 6 (20.0%) evoluíram a óbito, sendo que todos os pacientes que evoluíram a óbito foram classificados como ASA III e tinham APACHE II na entrada maior do que 13. Dentre os 24 pacientes que evoluíram com alta hospitalar, observamos que dois pacientes não tinham nenhuma comorbidade prévia e os demais foram classificados como ASA 2.

CONCLUSÕES

​A colecistectomia em octogenários é uma cirurgia factível, porém ainda com alta mortalidade e morbidade associadas. Observamos uma alta mortalidade nesta amostra (20%) e a presença de múltiplas comorbidades entre os que evoluíram a óbito.

PALAVRAS CHAVE

Colecistectomia; Octogenarios; Comorbidades;

Área

MISCELÂNIA

Instituições

HC - FMUSP - São Paulo - Brasil

Autores

Danila Gomes, Henrique Simonsen Lunardelli, Carlos Augusto Menegozzo, Luis Gustavo Gusberti, Cindel Nogueira Zullino, Soo Jin Lim, Marcelo Cristiano Rocha, Edivaldo Massazo Utiyama