TÍTULO

RELATO DE CASO: ESOFAGECTOMIA VIDEOLAPAROSCOPICA DEVIDO PERFURAÇAO ESOFAGICA APOS DILATAÇAO ENDOSCOPICA

INTRODUÇÃO

A PERFURAÇÃO DE ESÔFAGO É UMA CONDIÇÃO CLINICA EMERGENCIAL, RARA, COMPLEXA E SUA SEVERIDADE IMPACTA DIRETAMENTE NO PROGNÓSTICO DO PACIENTE. AINDA ASSIM, SEU DIAGNÓSTICO É TARDIO, JÁ QUE OUTRAS PATOLOGIAS TORÁCICAS, PODEM MIMETIZAR O QUADRO. A MORTALIDADE É ELEVADA , COM UMA TAXA DE 11.9%. E DENTRE ESSES QUE SOBREVIVEM, A TAXA DE MORBIDADE É ELEVADA COM A INTERNAÇÃO PROLONGADA. O TRATAMENTO DA PERFURAÇÃO ESOFAGICA DEPENDE DE INUMEROS FATORES: ETIOLOGIA, TEMPO ATÉ DIAGNÓSTICO, LOCAL DA PERFURAÇÃO, GRAU DE CONTAMINAÇÃO MEDIASTINAL E ABDOMINAL, ALÉM DE COMORBIDADES DO PACIENTE E STATUS PERFORMANCE. A ESCOLHA DO MANEJO É BASEADA NA EXPERIÊNCIA DA EQUIPE E NOS RECURSOS DISPONÍVEIS. NO ENTANTO, A TENDÊNCIA É REFERENCIAR OS CASOS COMPLEXOS PARA CENTROS TERCIÁRIOS ESPECIALIZADOS EM GASTROENTEROLOGIA.

RELATO DE CASO

PACIENTE DE 63, MASCULINO, COM DIAGNÓSTICO PRÉVIO DE ESQUIZOFRENIA, QUE EVOLUIU COM DISFAGIA PROGRESSIVA E DUAS ESTENOSES EM ESOFAGO DISTAL POUCOS DIAS APOS INGESTA DE LIQUIDO CAUSTICO. O MESMO FOI SUBMETIDO A DUAS DILATAÇÕES ENDOSCOPICAS COM DILATADOR SAVARY-GILLIARD, APRESENTANDO PERFURAÇÃO ESOFÁGICA A APROXIMADAMENTE 3CM DA TRANSIÇÃO ESOFAGO-GASTRICA DURANTE O SEGUNDO PROCEDIMENTO. O PACIENTE EVOLUIU COM SINAIS DE MEDIASTINITE, SENDO SUBMETIDO A INTERVENÇÃO CIRURGICA POR VIDEOTORACOSCOPIA. NO INTRA OPERATORIO FOI EVIDENCIADO ESOFAGO DISTAL ESTENOSADO, ESPESSO, ENDURECIDO E NACARADO, COM PERFURAÇÃO DE APROXIMADAMENTE 3CM, A 2-3CM DA TRANSIÇÃO ESOFAGO-GASTRICA. OPTADO POR ESOFAGECTOMIA SUBTOTAL GRAMPEADA VIA TORACOSCOPIA COM ESOFAGOSTOMIA PROXIMAL E GASTROSTOMIA LAPAROSCOPICA, APRESENTOU EVOLUÇÃO CLINICA E LABORATORIAL SATISFATÓRIA, RECEBENDO ALTA HOSPITALAR NO 10º DIA DE PÓS-OPERATORIO.

DISCUSSÃO

A INGESTA DE SUBSTÂNCIAS CÁUSTICAS CONSISTE EM UMAS DAS EMERGENCIAS MAIS DESAFIADORAS PARA TANTOS CIRURGIÕES. NO CASO EXPOSTO, APRESENTAMOS UM PACIENTE ESQUIZOFRENICO QUE EVOLUIU COM ESTENOSE ESOFAGICA APOS INGESTA VOLUNTARIA DE ALCALI. NESSE ÍNTERIM, A TERAPIA ENDOSCOPICA MOSTRA-SE UM METODO SEGURO E EFICAZ PARA CORREÇÃO DE ESTENOSES CAUSTICAS ESOFAGIANAS. UMA DAS COMPLICAÇÕES MAIS GRAVES DO PROCEDIMENTO É A PERFURAÇÃO ESOFÁGICA, OCORRENDO EM ATÉ 3% DOS CASOS. A PERFURAÇÃO EM QUESTÃO OCORREU APÓS A SEGUNDA TENTATIVA DE DILATAÇÃO COM DILATADOR DE SAVARY-GILLIARD, SENDO VISUALIZADA AINDA DURANTE O PROCEDIMENTO E RATIFICADA POR EXAMES RADIOLOGICOS. A CONDUTA TERAPEUTICA DEVE LEVAR EM CONSIDERAÇÃO O LOCAL E O TAMANHO DA PERFURAÇÃO, ALÉM DA EVOLUÇÃO CLINICA DO QUADRO. A CIRURGIA PODE SER FEITA TANTO POR VIA CONVENCIONAL COMO POR LAPAROSCOPIA-TORACOSCOPIA. AS VANTAGENS DA CIRURGIA MINIMAMENTE INVASIVA SE RELACIONAM PRINCIPALMENTE A REDUÇÃO DAS POSSÍVEIS MORBIDADES, JÁ DESCRITAS EM OUTROS PROCEDIMENTOS SEMELHANTES. VISTO QUE O PACIENTE APRESENTAVA SINAIS SISTEMICOS DE SEPSE, MEDIASTINITE E ESTABILIDADE HEMODINAMICA, OPTOU-SE PELO TRATAMENTO CIRURGICO POR VIA LAPAROSCOPICA E TORACOSCOPICA.

PALAVRAS CHAVE

ESOFAGECTOMIA, PERFURAÇÃO DE ESOFAGO, CÁUSTICOS.

Área

ESÔFAGO, ESTÔMAGO E INTESTINO DELGADO