CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TITULO

TRAUMA INTRACRANIANO NO EXTREMO NORTE – RORAIMA

OBJETIVO

Este trabalho tem como objetivo realizar uma revisão bibliográfica e caracterizar o perfil epidemiológico do traumatismo intracraniano em Boa Vista/ Roraima entre 2012 e 2016. O estudo justifica-se no importante índice de mortalidade causada pelo trauma cranioencefálico, principalmente na população ativa.

MÉTODO

Trata-se de um estudo retrospectivo, descritivo, de caráter quantitativo, a partir dos dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS).

RESULTADOS

O traumatismo intracraniano inclui concussão cerebral, edema cerebral, traumatismo cerebral difuso e focal, hemorragia subaracnóidea, dentre outros. Pode ser dividido com base no mecanismo do trauma, em fechado, como o associado a acidentes de trânsito, e aberto, como o causado por armas de fogo. Pode, também, ser dividido em leve, moderado e grave, conforme a Escala de Coma de Glasgow. Tais afecções podem ocasionar alteração no nível de consciência, convulsão e coma, além de poderem gerar lesões de massa, lesões expansivas dentro da calota craniana que acarretam em herniação cerebral, necessitando de conduta imediata para seu alívio. As principais lesões de massa incluem hematomas extradurais e hematomas subdurais, pois elevam a pressão intracraniana (PIC). A craniotomia descompressiva (CD) reduz de forma imediata a elevação da PIC, por exemplo. Pode-se citar, também, a drenagem no líquido cefalorraquidiano, que objetiva manter a PIC em valores inferiores a 25mmHg, feita por meio de drenagem ventricular externa. Na técnica de CD, indica-se retirada óssea ampla, a parte óssea pode ser alojada no tecido subcutâneo abdominal ou ser desprezado para uma posterior cranioplastia. Após o procedimento, é feita a duroplastia, que deve permitir a expansão homogênea do tecido cerebral.
Em Boa Vista/ Roraima, ocorreram 1.205 casos de traumatismos intracranianos entre os anos de 2012 e 2016, sendo o ano de 2012 o de maior prevalência (302 casos) e o de 2015 o de menor (199 casos), 78% dos casos ocorreram em homens e 22% em mulheres. No que diz respeito a cor/raça, entre os homens os mais acometidos foram os pardos (62%), seguidos dos indígenas (3%). Os negros apresentaram a menor prevalência (0,2%), enquanto 32,7% dos homens não possui a raça/cor definida. Entre as mulheres, a maior prevalência também foi entre as pardas (37,7%), seguidas das indígenas (5,7%). Não houve nenhuma ocorrência entre as negras e 55% das mulheres não teve sua cor/raça definida no sistema. Com relação a faixa etária, a maior prevalência para a ocorrência de TCE se deu entre a faixa de 20 a 49 anos (40,6%), seguida das faixas etárias de 1 a 9 anos (20,9%), 10 a 19 anos (15,8%), 50 a 79 anos (15,4%), menores de 1 ano (5,0%) e maiores de 80 anos (2,3%).

CONCLUSÕES

Conclui-se que, dentre os 1.205 casos de traumatismos intracranianos ocorridos em Boa Vista/Roraima entre os anos de 2012 e 2017, a maior prevalência se deu entre os homens, pardos, na faixa etária de 20 a 49 anos.

PALAVRAS CHAVE

Traumatismo intracraniano, trauma encefálico, epidemiologia

Área

TRAUMA

Instituições

Universidade Federal de Roraima - Roraima - Brasil

Autores

LARISSA SOARES CARDOSO, LUCAS GRANGEIRO FIN, KIM TAVARES MESQUITA, GEOVANNA FERREIRA SILVA, JULIANA LARISSA LAURIANO RAMOS, BIANCA JORGE SEQUEIRA