CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

TUMOR GASTRO INTESTINAL (GIST): RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

Os tumores do estroma gastrointestinal (GIST), apesar de raros, são as neoplasias mais recorrentes do trato digestivo.
No passado, o GIST era classificado como leiomioma, ou tumor derivado do plexo autonômico. Atualmente sabe-se que esta neoplasia é originada das células de Cajal, que pertencem ao plexo mioentérico e apresentam mutação na expressão da proteína Kit. Localiza-se entre as camadas longitudinal e circular da parede do tubo gastrointestinal, principalmente na submucosa ou muscular própria, sendo mais frequente no estômago (55%).
Inicialmente a maioria dos portadores é assintomática, pois o tumor tende a se expandir sem infiltrar os órgãos adjacentes. Os principais sintomas são: dor abdominal, saciedade precoce, icterícia, disfagia, febre e sangramento local importante quando o tumor provoca erosão no TGI.
O diagnóstico de GIST é baseado no quadro clínico, métodos de imagem, endoscopia, histologia, sobretudo, nas características morfológicas celulares típicas e imunoistoquímica com expressão da proteína c-KIT(CD117).
O tratamento padrão para GIST não metastático consiste na ressecção cirúrgica completa. Porém, em média 50% dos pacientes apresentam recidivas ou metástases. É necessária uma técnica cirúrgica meticulosa, visando prevenir a rotura tumoral durante a ressecção, visto que a cápsula tumoral se rompe facilmente e pode resultar em sangramento importante.

RELATO DE CASO

M.A.N.B., 47 anos, feminina, solteira, doméstica.
Queixou-se de desconforto abdominal há 10 anos que se intensificou há 1 ano, associada a epigastralgia recorrente não relacionada com a alimentação. Foi solicitada TC de Abdome Total (06/12/2017) que evidenciou: presença de imagem nodular com densidade de partes moles, medindo 2 cm de diâmetro, localizada na região do fundo gástrico, com realce após contraste. Solicitada EDA realizada em 03/01/2018 com resultado: Elevação subepitelial gástrica medindo cerca de 3,0 cm de diâmetro, localizada em parede posterior de corpo alto, com sinal da tenda positivo e recoberto por mucosa normal. Por fim solicitou-se ecoEDA (27/02/2018) demonstrando lesão elevada, recoberta por mucosa normal, situada na parede posterior do corpo gástrico, medindo 1,77 cm no seu maior eixo.
Diante das hipóteses diagnósticas: Leiomioma e GIST (lesão originária da quarta camada ecográfica de provável origem estromal), indicou-se gastrectomia parcial por VLP com auxílio endoscópico.
Em 11/06/2018 foi realizada gastrectomia parcial por VLP combinado com EDA: ressecção de parede posterior do fundo com Tri Staple roxo e sobressutura invaginante com PDS 3.0. Aguarda-se resultado da biópsia e imunohistoquímica.

DISCUSSÃO

Tumores maiores que 02 cm devem ser ressecados sempre que possível com margens cirúrgicas de 1-2 cm.O objetivo é a ressecção R0 (bordas livres de tumor). A ressecção laparoscópica tem sido empregada no tratamento do GIST, conferindo vantagens por ser um procedimento minimamente invasivo, com pouca manipulação tumoral e eficácia no diagnóstico e tratamento.

PALAVRAS CHAVE

GIST

Área

ESÔFAGO, ESTÔMAGO E INTESTINO DELGADO

Instituições

hospital nossa senhora de fátima - Minas Gerais - Brasil

Autores

Cristal Pedroso Costa, Matheus Alves De Castro , Juliene César dos Santos , Danilo Pereira Lima , José Eduardo Mourão Morais, Mateus Lacerda Medeiros da Silva , Rafael Rosa Marques Gomes Melo , Edson Antonacci Junior