CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

ISQUEMIA MESENTERICA DECORRENTE DE DISSECÇAO DE ARTERIA MESENTERICA SUPERIOR EM PACIENTE DE 53 ANOS

INTRODUÇÃO

A Isquemia Mesentérica Aguda (IMA) é uma entidade clínica rara responsável por apenas 0,1% das admissões hospitalares, mas está associada a elevada taxa de mortalidade (30-65%) devido à demora em se fazer o diagnóstico. Tem como causas principais a embolia arterial cardiogênica, a trombose arterial, a trombose venosa mesentérica e a isquemia mesentérica não oclusiva. Apesar do avanço da medicina das últimas décadas, não houve diminuição de forma significativa a sua mortalidade

RELATO DE CASO

E.M.J., masculino, 53 anos, branco, casado, católico, mecânico, natural e residente de Macedônia. Paciente procurou serviço de emergência após piora do quadro de: dor epigástrica iniciada há 12 dias, do tipo pontada, continua, de forte intensidade, com irradiação para hipocôndrios e com piora à alimentação; 1 episódio de vômito pós alimentação e nega hematêmese. Há 2 dias, sem evacuação e eliminação de flatus, referindo 10 episódios de diarreia sem sangue e/ou muco que antecedeu o quadro de constipação. Foi solicitado US Abdome Total, evidenciando artéria mesentérica superior de calibre aumentado, apresentando material discretamente ecogênico em seu interior, cerca de 1 cm após sua origem, com ausência de fluxo ao estudo Doppler, podendo corresponder a trombo agudo/subagudo. Foi internado em enfermaria, solicitado exames laboratoriais (Hb 13,5; Ht 42%, Leucócitos 12.100, Segmentados 9632; Mg: 2,9; P 6,17; pH arterial 7,32; BIC 15,3; PCo2 31; INR 1,5; TAP 16,3 segundos; PCR 125.7; DHL 585; Urina 1 16 mil leucócitos) e iniciado medidas anticoagulantes. Realizado TC de Abdome contrastada evidenciando dissecção da AMS aproximadamente a 4 cm da origem, sem sinais de isquemia de alças intestinais; espessamento de parede gástrica, distensão gasosa de alças intestinais e presença de liquido livre na pelve. Foi iniciado terapia medicamentosa com Enoxaparina, Marevan e Combiron Fólico. Paciente evoluiu com melhora do quadro da dor e com normalidade do transito gastrointestinal.

DISCUSSÃO

A Isquemia Mesentérica Aguda representa uma emergência cirúrgica frequentemente fatal devido à demora em se fazer o diagnóstico, ausência de sinais e sintomas característicos, que, junto com as eventuais complicações, contribuí para justificar o insucesso do tratamento. Inicialmente, a terapêutica é direcionada para aumentar o débito cardíaco e expandir o volume para evitar a persistência do baixo fluxo e a evolução para uma gangrena intestinal, ocasionada por vasoespasmo intestinal prolongado e grave. O exame arteriográfico deve ser realizado simultaneamente à instalação da terapêutica clínica por meio da antibioticoterapia e hidratação adequada associada a expansores de volume. A heparinoterapia é útil no sentido de diminuir a coagulabilidade sanguínea já que o bloqueio direto dos plexos esplâncnicos diminui a resistência vascular e o bloqueio peridural, além de benéfico, tem a vantagem de poder ser mantido por tempo prolongado

PALAVRAS CHAVE

ISQUEMIA MESENTERICA SUPERIOR; DISSECCAO DE ARTERIA MESENTERICA SUPERIOR

Área

CIRURGIA VASCULAR

Instituições

Universidade Brasil - São Paulo - Brasil

Autores

Caroline Dutra Ziminiani, Carolina Folini, Mariana Asteria Fernandes Quintana, Camila Oliveira Lima, Samuel Gonçalves de Campos, Gabriel Tikara Bragion Tanaka, Gabrielle Dutra Ziminiani, Luiz Gustavo Madi Antonio