CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

RELATO DE CASO DE APENDICITE QUE EVOLUIU PARA COLEÇAO DE LIQUIDO LIVRE NA CAVIDADE ABDOMINAL EM PACIENTE IDOSO

INTRODUÇÃO

A apendicite aguda é a causa mais comum de dor abdominal aguda que requer intervenção cirúrgica. As principais causas de obstrução luminal são fecalito e corpo estranho. A utilização dos métodos de imagem, permitiu grande avanço no diagnóstico. O objetivo do atual trabalho é mostrar a importância do diagnostico precoce e as medidas necessárias para evitar as complicações

RELATO DE CASO

A.L.L, 62 anos, da entrada na Emergência com queixa de dor em flanco direito (FD) há 2 dias, do tipo cólica, com piora progressiva, irradiando para fossa ilíaca direita (FID), vômitos com conteúdo alimentar e parada de evacuação há 1 dia, disúria e nega febre. Ao exame físico: PA 140x70 mmHg, abdome doloroso a palpação e massa palpável em FID, descompressão brusca e Giordano negativos. Exames laboratoriais: Hb 12,3; Ht 35,9%, Leucócitos 11900 (Seg 9770); Creat 1,10 e TFG 50,33; Amilase 14; PCR 32,1; urina 1 com bactérias presentes e leucócitos de 999000. Rx e TC de abdome do dia 23/04 sem alterações. Após 2 dias sentiu um mal súbito, dispneia e palpitações, sendo solicitado um eletrocardiograma, evidenciando taquicardia sinusal. Realizado 300g de amiodarona, sem sucesso. Evoluiu para quadro de confusão mental e agitação, Glasgow 14, disartria, afasia, hipotensão e hiperglicemia. Foi encaminhada à UTI devido a manutenção da taquicardia sinusal mesmo após a impregnação de amiodarona, hipotensão refratária a volume, piora da dor abdominal em FD e rebaixamento do nível de consciência, Glasgow 11. Novos exames laboratoriais: Hb 11,9; Ht 35,4%; Leuco 13500 (seg 11826); CPK 111; CKMB 22; Glicemia 372; K 4,3; P 1,9; FA 286; GGT 33; Amilase 696; PCR 95,71. Realizado acesso venoso central, prescrito dobutamina, bicarbonato e IOT. Evoluiu para PA inaudível, necessitando de administração de noradrenalina. Após 2 dias apresentou leucocitose de 17400 (seg 14164), BIC de 4, Creatinina 1,97 e TFG 25,69. Realizada TC de abdome superior + pelve, evidenciando sinais sugestivos de processo inflamatório/infeccioso do apêndice cecal na FID, associado a provável coleção pequena adjacente ao seu terço distal e pequena quantidade de liquido livre na cavidade abdominal. Realizado Laparotomia Exploradora, evidenciando apendicite grau 4 bloqueada em parede abdominal lateral direita, prosseguiu-se com apendicectomia, evoluindo para melhora do quadro

DISCUSSÃO

A AA é silenciosa em idosos, cuja a manifestação inicial pode ser de massa palpável e dolorida. O acúmulo de secreção, leva a dor leve, pouco localizada, com duração de 4-6 horas e piora ao migrar para FID. O diagnóstico é essencialmente clínico e a realização de exames complementares, como US e TC, tem como objetivo ressalta-lo, não devendo adiar a intervenção cirúrgica e a ausência de alterações não exclui o diagnóstico. O tratamento cirúrgico, bem como a profilaxia antibiótica, é o padrão ouro, pois permite o diagnóstico definitivo e reduz os riscos de complicações, tais como perfuração, sepse e óbito

PALAVRAS CHAVE

Apendicite, apendicectomia, fecalito

Área

COLOPROCTOLOGIA

Instituições

Universidade Brasil - São Paulo - Brasil

Autores

Carolina Folini, Caroline Dutra Ziminiani, Gustavo Dalan Pavão, Giovana da Penha Castilho, Gabrielle Dutra Ziminiani, Gustavo Rivelli Lamboglia, Tricia Aline Ribeiro Pattini de Souza, Leonardo Faidiga