CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

HEPATECTOMIA NAS METASTASES DE CARCINOMA COLORRETAL: ANALISE DAS COMPLICAÇOES POS-OPERATORIAS E MORTALIDADE.

OBJETIVO

Avaliar a influência da quimioterapia prévia em pacientes submetidos a hepatectomia para tratamento de metástases de câncer colorretal, estudando pontualmente complicações pós-operatórias, valores laboratoriais correlacionados com pior prognóstico, mortalidade cirúrgica, sobrevida global.

MÉTODO

Estudo retrospectivo com levantamento prospectivo de dados, comparativo, observacional, coorte histórica de todos pacientes submetidos a hepatectomias por câncer colorretal entre 2005 e 2015 no Serviço de Cirurgia Abdominal do Hospital Erasto Gaetner. Critérios de inclusão: pacientes com diagnóstico de metástases hepáticas de câncer colorretal, com indicação de hepatectomia, submetidos ao procedimento, maiores de 18 anos. Critérios de exclusão: hepatectomias por outros tumores que não colorretais, hepatectomias por lesões benignas. Variáveis quantitativas contínuas foram tratadas pelo teste t de student, e variáveis discretas pelo teste do qui-quadrado. A análise de sobrevida foi realizada pelo diagrama de Kaplan-Maier, e pela curva Roc.

RESULTADOS

Foram incluídos 58 casos de hepatectomias por metástases hepáticas de câncer colorretal. Do total de pacientes, 33 (56,9%) eram do sexo feminino e 25 (43,1%) do sexo masculino. A idade média foi de 55,7 anos. O intervalo médio entre a data da ressecção do tumor primário e da ressecção da metástase metacrônica foi de 10 meses. Dos procedimentos, 9 (14,8%) foram re-hepatectomias. O tempo médio de duração da hepatectomia foi de 4 horas. Segmentectomia não regrada foi realizada em 28 (48,3%), seguida da metastasectomia 17 (29,3%), totalizando 45 (77,6%) cirurgias não regradas. Durante a cirurgia 3 pacientes (5,2%) evoluíram com óbito, 5 (8,6%) evoluíram com alguma complicação e 4 (6,9%) necessitaram de reabordagem cirúrgica. Quanto a quimioterapia pré-hepatectomia 30 pacientes (51,7%) foram submetidos, sendo que a média de ciclos realizados foi de 9,3. Dos pacientes, 43 (74,1%) apresentavam doença sistêmica controlada após a hepatectomia. A sobrevida global em 5 anos foi de 63,2%. GGT elevada relaciona-se com complicações pós-operatórias e necessidade de reabordagem cirúrgica. A elevação da ureia teve relação significativa com tempo de UTI. Houve associação com significância estatística, entre dias de internação e complicações pós-operatórias na hepatectomia, com o número de ciclos de quimioterapia realizados na adjuvância do tumor primário, mas não em relação a neoadjuvância pré-hepatectomia.

CONCLUSÕES

O número de ciclos de quimioterapia causa acúmulo de toxicidade hepática e renal, predizendo um maior índice de complicações cirúrgicas a longo prazo, em mais intensidade que fatores relacionados ao próprio procedimento cirúrgico. Hepatectomia de resgate no tratamento do adenocarcinoma colorretal metastático permite aumento de sobrevida global, sobrevida livre de doença com baixas taxas de complicações e mortalidade, desde que bem indicadas.

PALAVRAS CHAVE

Hepatectomia, Metástase Hepática, Quimioterapia, Complicações Pós-operatórias

Área

FÍGADO, VIAS BILIARES E PÂNCREAS

Instituições

Hospital Erasto Gaertner - Paraná - Brasil

Autores

Phillipe Abreu-Reis, Flavio Daniel Saavedra Tomasich, Mauricio Alves Ribeiro, Thatiane Litenski, Danilo Bussyguin Saavedra, Guilherme Augusto Polaquini, Gabriel Bernardo Assis Galhardo, Luiz Arnaldo Szutan