CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

CIRURGIAS PANCREATICAS: ANALISE DOS CASOS OPERADOS ENTRE 2010 E 2015.

OBJETIVO

Apresentar dados referentes aos pacientes submetidos a cirurgia pancreática entre 2010 e 2015. Estudar características epidemiológicas tentando definir fatores de risco para a doença e resultado do tratamento.

MÉTODO

Estudo descritivo transversal, com coleta retrospectiva de dados. Os dados foram tabulados em planilha do Microsoft Excel e avaliados através dos programas SPSS 17.0 e GRAPHPAD PRISM. Considerou-se um nível de significância de 5% (α = 0,05).

RESULTADOS

Foram realizadas 98 cirurgias pancreáticas, sendo 43 cirurgias de Whipple, 10 pancreatectomias corpo-caudais, e 43 derivações bilio-digestivas. Dos pacientes, 50% eram do sexo masculino, 55% apresentaram histórico de tabagismo e 25,6% de etilismo. Somente 1 paciente apresentava história familiar de neoplasia peri-ampular. Apenas 22,8% dos pacientes haviam registro de ecografia pré-operatória, entretanto todos realizaram TC ou RNM. Quanto a exames complementares, 93,8% dos pacientes não realizaram CPRE antes da cirurgia e 8,6% dos pacientes realizaram laparoscopia estadiadora pré-operatória. No momento do diagnóstico 13,2% dos pacientes já apresentavam metástases. Em relação a localização do tumor 56% eram tumores de cabeça do pâncreas, 10,9% peri-ampulares e 9,8% de corpo e cauda. O tipo histológico mais frequente foi o adenocarcinoma (54,5%). Quanto a quimioterapia 2 pacientes receberam terapia neoadjuvante e 24,2% realizaram adjuvância. Somente 4,2% dos pacientes tiveram complicações intra-operatórias. Em 26,1% dos pacientes foram realizadas ressecções multiorgânicas, e 11% necessitaram de drogas vasoativas no pós-operatório. Além disso, 30% dos pacientes receberam hemotransfusão. De todas as cirurgias, 37% tiveram complicação pós-operatória grau 2 ou 3 de Clavien-Dindo e 48% necessitaram reoperação. Os pacientes do estudo apresentaram um mal prognóstico: 20% dos pacientes atingiram remissão em 6 meses, 19,5% apresentaram progressão da doença e 74,6% dos pacientes foram a óbito em menos de 5 anos.

CONCLUSÕES

Pancreatectomias apresentam dificuldade técnica e anatômica considerável, além de serem indicadas para neoplasia de alta agressividade. Os desfechos cirúrgicos apresentam altos índices de complicações e conforme discutido na literatura os tumores de pâncreas apresentam um prognóstico ruim.

PALAVRAS CHAVE

Pancreatectomias, Oncologia, Resultados, Complicações

Área

FÍGADO, VIAS BILIARES E PÂNCREAS

Instituições

Hospital Erasto Gaertner - Paraná - Brasil

Autores

Phillipe Abreu-Reis, Flavio Daniel Saavedra Tomasich, Cristiano Ontivero, Regina Maria Goolkate, Carlos Arai Filho, Eduarda Ferreira Matoso, Maria Julia Bonatto, Deisy Brigid Zorzi Dalke