Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO DE CORREÇAO DE COMPLICAÇOES RESULTANTES DO MAU POSICIONAMENTO DE SPLINT INTRANASAL

Introdução

Questões como as da colocação de splint intranasal são indispensáveis para uma boa recuperação e resultados satisfatórios durante o pós-operatório de septoplastias. Assim, uma vez mal posicionado, pode acarretar risco de danos irreparáveis aos pacientes.

Relato de Caso

S.S.B.R.S., sexo feminino, 30 anos, residente na cidade de Manaus-AM, solteira, enfermeira. A paciente foi submetida a uma rinosseptoplastia primária no dia 03/07/2018; após 7 dias iniciou quadro agudo de febre, dor em região nasal junto à obstrução. Constatou-se uma úlcera, evoluindo para necrose por pressão causada pelo mal posicionamento do splint nasal. Foi submetida posteriormente a mais dois procedimentos revisionais, em julho/2018 e outubro/2018 respectivamente, resultando em estenose da narina esquerda. Compareceu ao consultório no dia 02/09/2019, com queixas de obstrução e deformidade nasal devido a retração alar e cicatrizes. A cirurgia revisional foi realizada no dia 10/09/2019 no Hospital Santa Rita, em Maringá-PR. Foram utilizadas as técnicas cirúrgicas Full Open e Pocket de Rádix, com uma incisão de 2.7 cm, refazendo o formato da narina e no flap sendo utilizado enxerto composto do pavilhão auricular. Foi feita a ressecção pequena da giba, removidas as cartilagens presentes nas laterais inferiores. A técnica Lateral crural replacement graft foi feita bilateralmente para estruturar a parede lateral. A ponta foi projetada, e realizado “flaring suture”. Foi realizado um enxerto complementar de columela, com pericôndrio costal. Utilizado enxerto composto de cartilagem proveniente do pavilhão auricular, em vestíbulo de narina esquerda, onde havia a estenose. Cartilagem raspada compacta foi colocada nas laterais do dorso ósseo. Em seguida, fechamento por planos e colocado splint. Foi aplicado Plasma Rico em Plaquetas no enxerto composto, na região circundante e na pele das laterais do nariz.

Discussão

Cada vez mais são utilizados splints intranasais, sobretudo por suas vantagens em relação ao tamponamento convencional. No caso da paciente, houve surgimento de uma úlcera, evoluindo para necrose da narina após procedimento primário, consequência do mau posicionamento do splint intranasal. Constatou-se essa situação, 7 dias após o procedimento, resultado do processo reacional a um corpo estranho colocado de forma errônea, o qual fez pressão. Ademais, por ser variável o tempo de permanência dos splints dentro da cavidade nasal. Mesmo não estando totalmente esclarecida a etiologia da úlcera de pressão, é sabido que a pressão contínua sobre a pele leva a fenômenos isquêmicos associado a deficiência de nutrientes e consequentemente necrose tecidual. Responsáveis pelo acompanhamento do paciente devem estar familiarizados com os principais fatores de risco para o desenvolvimento de úlceras por pressão caso um splint seja mal posicionado. Sendo assim, a observação das medidas profiláticas para eliminar forças de pressão contínua, cisalhamento ou fricção é de vital importância para evitar a formação das mesmas.

Palavras Chave

Rinosseptoplastia, splint nasal, mau posicionamento, úlcera, necrose por pressão, estenose, cirurgia revisional, full open, pocket de rádix, Lateral crural replacement graft, enxerto composto.

Área

CIRURGIA PLÁSTICA

Instituições

Centro Universitário Ingá - Paraná - Brasil

Autores

Admilson Rezende de Caramalac Junior, Guilherme Cabrini Scheibel, Sandra Sayuri Nakamura de Vasconcelos, Heytor José de Oliveira Cabral, Analice Carbone Ferreira