Dados do Trabalho


Título

LEIOMIOMA PERITONEAL: RELATO DE CASO

Introdução

Leiomioma é uma lesão benigna originada de célula muscular lisa, sendo considerada a neoplasia ginecológica mais comum, acometendo entre 20% a 30% das mulheres acima de 35 anos. Já a leiomiomatose peritoneal disseminada (LPD) é uma condição rara, sendo descrita pela primeira vez em 1952. Sua etiologia é desconhecida e talvez multifatorial, com padrões de apresentação incomum, o que torna seu diagnóstico e conduta ainda incertos.

Relato de Caso

Paciente 31 anos, sexo feminino, estava em acompanhamento com a equipe da ginecologia devido cisto simples em ovário esquerdo, que media 5 cm em seu maior diâmetro a ultrassonografia. Na ultima avaliação foi optado por tratamento cirúrgico da lesão. No intraoperatório, durante inventário da cavidade foi identificado além do cisto de ovário, lesão em fossa obturatoria de aproximadamente 8 cm. Útero e anexo direito sem alterações. Foi optado pela ressecção do cisto de ovário e da lesão incidental identificada, sendo ambas encaminhada para anatomo-patologico (AP). A paciente recebeu alta dois dias após a cirurgia. O AP diagnosticou a lesão ovariana como cisto ovariano folicular a esquerda e a tumoração pélvica à direita como neoplasia fusocelular com caracteres de células musculares lisas. A partir desse resultado, foi optado por solicitar exame imuno-histoquímico da massa pélvica. O perfil imunohistoquimico foi consistente com leiomioma hipercelular e com baixo índice de proliferação celular

Discussão

O leiomioma é uma neoplasia comum ao útero, porem se torna raro quando é encontrado em outro sítios. Pode ser dividido em três neoplasias primárias: leiomioma metastático benigno, leiomiomatose peritoneal disseminada (LPD) e leiomiomatose intravenosa. A LPD é uma condição cuja estimativa era de menos de 150 casos na literatura até 2019. Sem origem bem definida, há suspeita de originar-se de metaplasia de doenças submesoteliais e células mesenquimais multipotentes, sendo estimulado por fatores hormonais, genéticos ou ambos. Outro potencial fator causal é a iatrogenia, quando ocorre a implantação de fragmentos residuais de leiomioma após miomectomia ou histerectomia por via videolaparoscópica na cavidade abdominal, que continuam seu crescimento através da angiogênese. A doença está intimamente relacionada a altos níveis de estrogênio endógenos e exógenos e afeta principalmente mulheres em faixa etária reprodutiva. Mesmo se tratando de lesão benigna, alguns estudos indicam que existe risco de malignização em 2%-5% dos casos.Os exames de imagem são importantes para auxiliar na avaliação e tentar excluir os principais diagnósticos diferenciais: leiomiossarcoma disseminado, carcinoma ovariano, endometriose e carcinomatose peritoneal.Não há um tratamento padrão para LPD. Ele é individualizado e leva-se em conta idade e desejo de concepção do paciente. Pacientes assintomáticos não precisam de tratamento, porque normalmente é impossível remover todos os nódulos e a doença geralmente tem curso benigno.

Palavras Chave

Leiomioma, cisto, ovário, cirurgia

Área

GINECOLOGIA

Instituições

HOSPITAL GERAL DE CARAPICUIBA - São Paulo - Brasil

Autores

CAIO FELIPE SBANO LAMOSA, VICTOR EZAKI ALVES SILVA, ROBERTO EDUARDO DONOSO RIVERO, MELISSA NICOLE MONTANO ROJAS, FERNANDA MARIA DAMASCENO SHIMADA, PRISCILA PAMELA DA SILVA, BRUNO AMANTINI MESSIAS