Dados do Trabalho


Título

INFLUENCIA DO DEFEITO HERNIARIO NO TEMPO CIRURGICO E COMPLICAÇOES POS-OPERATORIAS EM PACIENTES SUBMETIDOS A CORREÇAO DE HERNIA INCISIONAL EM SERVIÇO ESPECIALIZADO DE PAREDE ABDOMINAL

Objetivo

Avaliar a associação entre o tamanho do defeito de hérnias incisionais com o tempo operatório e de internação hospitalar, além das complicações.

Método

Coorte retrospectivo, unicêntrico, realizado no Hospital Geral Ernesto Simões Filho (HGESF), com todos os pacientes submetidos à cirurgia para correção de hérnia incisional, entre 2016 e 2019. Foram selecionados 92 pacientes com hérnia incisional, sendo excluídos 29 devido à presença de comorbidades que poderiam influenciar no desenvolvimento das complicações. A medida do defeito foi realizada no intraoperatório, sendo divididos em dois grupos: defeitos > 10cm (Grupo A) e defeitos < 10cm (Grupo B). Os grupos A e B foram subdivididos em obesos (A1 e B1) e não obesos (A2 e B2). No grupo A, foi utilizada a técnica de separação de componentes. As principais complicações analisadas foram: infecções de parede, hematoma, seroma, deiscência de parede, além do tempo cirúrgico, em minutos, e tempo de permanência hospitalar, em dias. A análise estatística foi realizada com testes T de Student e Qui-quadrado. Estatísticas resumidas são apresentadas como médias para variáveis contínuas e como percentagem para variáveis categóricas.

Resultados

Dos 63 pacientes, havia 34 homens e 29 mulheres, e a idade média foi de 53,5 anos, além de taxa de obesidade de 39,68%. Encontramos 34 pacientes no grupo A (44,11% obesos) e 29 pacientes no grupo B (34,48% obesos). O tempo cirúrgico médio do grupo A foi de 222,12 e do grupo B de 156,17 (p=0,0002). A morbidade do grupo A foi de 41,17% e do grupo B de 37,93% (p=0,98). A média de dias de internação pós operatória no grupo A foi de 4,45 dias e no grupo B de 3,65 dias (p=0,23). Foram comparados os subgrupos A1 e B1 (Pacientes obesos com defeitos maiores e menores que 10cm, respectivamente), obtendo-se tempo médio de cirurgia de 215,78 minutos para A1 e 163,75 minutos para B1 (p=0,07). Além disso, A1 apresentou morbidade de 40% e B2 de 62,5 (p=0,3). Comparando-se A2 e B2, o tempo médio de cirurgia para A2 foi de 226,78 minutos e para B2 de 153,28 minutos (p<0,001).

Conclusões

O desfecho e o tempo da cirurgia não são totalmente previsíveis, estando relacionada aos procedimentos associados, bem como a fatores relativos ao paciente, como IMC, idade e comorbidades (FLUM et al). Quanto à taxa de complicações, MORENO-EGEA et al descreve associações entre o tamanho do defeito e o risco elevado de comorbidades e recidivas. No estudo em questão, reiteramos os achados da literatura, porém com p>0,05. Parece haver uma relação discreta entre defeito, tempo cirúrgico e comorbidades. Entretanto, os desfechos e complicações pós-operatórias tem vários fatores e variáveis para serem analisados. Porém, necessita-se estudos com maior nível de evidência, para definir qual a melhor técnica para o tipo de perfil de paciente a ser tratado.

Palavras Chave

Hérnia incisional
Tamanho do defeito

Área

HÉRNIAS E PAREDE ABDOMINAL

Instituições

Hospital Geral Ernesto Simões Filho - Bahia - Brasil

Autores

Carlos André Balthazar da Silveira, Carolina Martinez de Sant´Anna, Noel Charlles Ribeiro Nunes dos Santos, Leonardo Araújo Carneiro Cunha, Luiz Vianna