Título

ANEURISMA ROTO DE AORTA TORACICA DESCENDENTE EM HOSPITAL DE PRONTO SOCORRO: UM RELATO DE CASO

Introdução

Os aneurismas de aorta podem ser definidos por uma dilatação irreversível que excede o seu diâmetro transversal normal em 1,5 vezes. A grande maioria é assintomática e do sexo masculino, sendo diagnosticados ao acaso em exames de rotina. Dentre os fatores de risco, encontramos: tabagismo, hipertensão, aterosclerose, sífilis e valva aórtica bivalvulada. O tratamento se dá por acompanhamento a cada 6 meses através de TC, para investigar expansão, além do tratamento cirúrgico através de toracotomia, procedimento endovascular ou por reparo híbrido.

Relato de Caso

C.O.S., 80 anos. Procura atendimento por dor de início súbito em região dorsal esquerda. Nega traumas, sintomas respiratórios e demais queixas. Paciente apresenta hipertensão, DPOC e ex-tabagista. Ao exame físico apresenta-se em regular estado geral, taquicárdica, hipertensa, saturando 95% em ar ambiente e referindo dor à digitopressão da região escapular esquerda. Realizado RX de arcos costais direitos e esquerdos, sem particularidades, sendo prescrito diclofenaco e dado alta para a paciente. Após 5 dias da avaliação, a paciente dá entrada na sala vermelha por dispneia importante com rebaixamento de sensório e dor em faixa na região costo-lombar. Ao exame físico apresentava-se em mal estado geral, com mucosas cianóticas, taquipneica com intenso esforço respiratório, moteada, sudorética e taquicárdica. Na palpação abdominal, percebe-se massa palpável em epigástrio. Extremidades cianóticas e mal perfundidas. Realizado RX de tórax e constatado alargamento do mediastino. Na TC de aorta abdominal e torácica foi constatada linofonodomegalia em mediastino, supraclavicular e abdominais. Nos exames laboratoriais, havia leucocitose e acidose metabólica. A conduta feita foi baseada no diagnóstico de crise de broncoespasmo, sendo utilizado oxigênio terapia Hudson 10L/min, hidrocortisona EV e nebulização. No mesmo dia, a paciente evoluiu com rebaixamento de sensório, bradicardia e gasping, sendo intubada. Houve piora da leucocitose e da acidose metabólica e redução de função renal. Solicitada avaliação de urgência da cirurgia vascular por possível aneurisma roto de aorta torácica descendente, sendo confirmado o diagnóstico e encaminhada para correção endovascular.

Discussão

Tendo em vista a mortalidade do aneurisma roto de aorta em torno de 40-70%, a sobrevida do paciente depende, principalmente, do tratamento rápido. A reposição volêmica deve imediata com cristaloides, coloides ou hemoderivados, mantendo o paciente em hipotensão permissa a fim de evitar que haja destamponamento e sangramento adicional. Caso o paciente esteja estável hemodinamicamente, é possível realizar angioTC para confirmação diagnóstica e definição de técnica cirúrgica a ser utilizada. Dentre os métodos cirúrgicos atuais, o tratamento endovascular vem sendo o mais aconselhado, no caso de a anatomia ser compatível, visto que, por ser menos invasiva do que a toracotomia, pode reduzir a mortalidade em determinados casos.

Palavras Chave

aneurisma, aorta torácica descendente, tratamento endovascular.