Dados do Trabalho


Título

GIST DE RETO BAIXO: RELATO DE CASO

Introdução

Os tumores estromais gastrointestinais (GISTs) originados das células intersticiais de Cajal que expressam o receptor transmembrana da tirosina quinase CD117, para proteína KIT e o CD4 correspondem a apenas 1% dos cânceres gastrointestinais primários.12,13 O cólon/reto são acometidos em 5 a 15% dos casos.
Por ser um tumor raro, é pouco presente na rotina dos cirurgiões, o que explica a relevância da apresentação de casos que possibilitem aprofundamento e atualização sobre o tema.

Relato de Caso

Paciente de 58 anos, negra, do sexo feminino, admitida no pronto-socorro com constipação há 10 dias, perda ponderal de 4kg em 20 dias e afilamento de fezes. Abdome distendido, doloroso à palpação em fossas ilíacas bilateralmente. Ao toque retal, abaulamento de aproximadamente 8 cm de extensão, há 3 cm da borda anal, de consistência endurecida em parede posterior do reto.
À TC, lesão heterogênea em reto baixo, 10,1 x 7,0 x 6,3 cm, sugerindo lesão expansiva intestinal primária. À RNM, formação sólida expansiva no lúmen retal, 7,9 x 5,8 x 5,8 cm, com margem inferior da lesão a cerca de 5,7 cm do bordo anal,sem evidencia de extensão extramural. Colonoscopia que mostrou, em reto distal, abaulamento de cerca de 8 cm, distando 3 cm da borda anal, ocupando quase a totalidade da luz do reto na sua porção distal, endurecido e recoberto de mucosa de aspecto normal, podendo corresponder à lesão subepitelial.
Solicitada ecoendoscopia anal que evidenciou lesão subepitelial retal originada na camada muscular própria, realizadas biópsias de 3 a 6 cm da borda anal, que confirmaram diagnóstico de GIST de reto baixo por analise de imuno-histoquimica.

Discussão

Os GISTs predominam em indivíduos de meia idade, em caucasianos, e possui incidência equivalente entre os sexos. A localização mais comum é em estomago, seguida por intestino delgado e mais raramente cólon e reto. Neste relato, tem-se paciente do sexo feminino, idade correspondente ao encontrado na literatura, divergindo desta em relação à etnia e local mais incidentes.
A maioria dos GISTs são esporádicos, não sendo encontrados fatores de risco diretamente relacionados tanto no caso relatado quanto na literatura médica.
As células de Cajal expressam o receptor transmembrana da tirosina quinase (CD117) para proteína KIT e o CD4. A ativação de mutações da proteína KIT e da PDGFRα, responsáveis pelo desenvolvimento da neoplasia, ocorrem em aproximadamente 90% dos GISTs. Tais alterações definem o diagnóstico, que é dado como definitivo após análise de fragmentos de biópsia à imunohistoquímica com achados envolvendo KIT, CD34 ou DOG1. No diagnóstico do presente relato, a paciente apresentava imuno-histoquímica compatível.
O tratamento padrão ouro para GIST sem metástases é a ressecção cirúrgica. Devido ao tamanho e à localização tumoral, optou-se pela neoadjuvância com Imatinib na tentativa de preservação do esfíncter anal no tratamento definitivo.

Palavras Chave

Reto, GIST, Reto Baixo, Imatimib

Área

COLOPROCTOLOGIA

Instituições

UNISA - São Paulo - Brasil

Autores

Elias Jirjoss Ilias, Bernardo Mazzini Ketzer, Diego Ferreira de Andrade Garcia, Osvaldo Antonio Prado Castro, Vanessa Martins de Freitas, Rodrigo Nobrega Bandeira, Bruna de Paula Alves, Vanessa Ramos Zaude