Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO: ADENOCARCINOMA EM VESICULA BILIAR

Introdução

O câncer de vesícula biliar é a neoplasia maligna mais comum do trato biliar e o 7º câncer mais frequente do aparelho digestivo. Possui incidência variável em diversas regiões do mundo, sendo mais prevalente nos países ocidentais.O tipo histológico mais encontrado na neoplasia de vesícula biliar é o adenocarcinoma, com incidência de 0,5 a 0,9 indivíduos por 100.000 habitantes nos EUA. A completa ressecção com margem negativa é a abordagem padrão nos pacientes com doença localizada e tem potencial curativo, no entanto, o sucesso terapêutico é variável e controverso em relação ao grau de ressecção necessária para atingir margem negativa e os benefícios da quimioterapia adjuvante.

Relato de Caso

Paciente MADFF, 81 anos, feminina, branca, referindo dor em hemiabdome direito há 20 dias, com piora há 1 dia, nega vômito, febre, perda ponderal e alterações do hábito intestinal. Ex-etilista e ex-tabagista social, nega comorbidades. Deu entrada em bom estado geral e anictérica. Abdome flácido, doloroso à palpação em fossa ilíaca direita e hipocôndrio direito, descompressão brusca negativa, massa palpável em hipocôndrio direito estendendo-se até flanco direito. Exames complementares: TC e RMN de Abdome - Vesícula biliar de dimensões aumentadas, paredes espessadas e irregulares, com aumento da densidade da gordura pericecal. Fígado com dimensões preservadas, contornos regulares, nódulos hipodensos no segmento IVb, adjacentes ao leito da vesícula biliar de até 2,2cm e impregnação anelar. Marcadores tumorais: CA 19.9 41 CEA 0,874 Alfa fetoproteina 1,5. Optado por laparotomia exploradora: bloqueio em hipocôndrio direito entre vesícula biliar, epiplon e fígado, vesícula biliar aumentada, múltiplos implantes em lobo hepático direito. Tumor inoperável, realizadas biópsias hepáticas e de epiplon. Anatomopatológico: Infiltração por Adenocarcinoma em tecido hepático. Perfil iumo-histoquímico associado ao histológico, favorece o diagnóstico de infiltração por Adenocarcinoma em parênquima hepático. Sitio primário provável: trato bilio-pancreático. Paciente encaminhada a oncologia para tratamento complementar.

Discussão

A colecistectomia é o tratamento para os tumores T1N0M0 com linfadenectomia regional. Nos estadios T2 a colecistectomia estendida com linfadenectomia é recomendada. Nos estadios T1 a T3 com metástases e T4 não há evidências de benefícios com o tratamento cirúrgico radical, devido as altas taxas de morbi-mortalidade. A chance de cura seria o diagnóstico precoce, no entanto se desconhecem os fatores predisponentes para rastreamento e seguimento sendo a maioria dos diagnósticos durante a colecistectomia por colelitíase. O tratamento adjuvante é feito quimio e radioterapia. Em casos muito avançados o tratamento paliativo se impõe no alívio da icterícia e derivações gastrojejunais se obstrução duodenal pelo tumor.

Palavras Chave

Câncer de vesícula biliar, Adenocarcinoma, Colecistectomia

Área

VIAS BILIARES

Instituições

UNISA - São Paulo - Brasil

Autores

Elias Jirjoss Ilias, Bernardo Mazzini Ketzer, Diego Ferreira de Andrade Garcia, Thales Felipe dos Santos Pereira, Giovanna Herrera Reghini, Bruna de Paula Alves