Dados do Trabalho


Título

ABORDAGEM LAPAROSCOPICA DE HERNIA DE GRYNFELD: UM RELATO DE CASO

Introdução

A INCIDÊNCIA DA HÉRNIA DE GRYNFELT É MUITO BAIXA E PODE-SE DIZER QUE SERÁ VISTA UMA ÚNICA VEZ NA CARREIRA DE UM CIRURGIÃO.
FRENTE A RARIDADE DESTA PATOLOGIA, INSTALA-SE A DIFICULDADE DE ESTABELECER A MELHOR TÉCNICA CIRÚRGICA OU PADRONIZAÇÃO DE ABORDAGEM, VISTO QUE ATUALMENTE ENCONTRAMOS CERCA DE 300 CASOS DESCRITOS NA LITERATURA.

Relato de Caso

HOMEM, 60 ANOS, HIPERTENSO CONTROLADO, COM QUEIXA DE ABAULAMENTO NO FLANCO POSTERIOR BILATERAL, HÁ APROXIMADAMENTE 6 MESES, ASSOCIADO A DOR EM APERTO À DIREITA DE INTENSIDADE PROGRESSIVA, SEM RELAÇÃO COM TRAUMAS LOCAIS.
REALIZADO TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA QUE IDENTIFICOU DEFEITO PÓSTERO-LATERAL DA PAREDE ABDOMINAL BILATERAL AO NÍVEL DO TRÍGONO LOMBAR SUPERIOR, SENDO DIAGNOSTICADO COMO HÉRNIA DE GRYNFELT BILATERAL E PROPOSTO HERNIOPLASTIA LAPAROSCÓPICA À DIREITA DEVIDO A SINTOMATOLOGIA.
PARA O PROCEDIMENTO CIRÚRGICO, O PACIENTE FOI POSICIONADO EM DECÚBITO LATERAL ESQUERDO COM VIAS DE ACESSO ATRAVÉS DE TROCARTE 10MM NA CICATRIZ UMBILICAL E NO HIPOCÔNDRIO DIREITO E TROCARTE 5MM NA FOSSA ILÍACA DIREITA.
APÓS INVENTÁRIO DA CAVIDADE, FOI REALIZADO INCISÃO DO PERITÔNIO COM EXPOSIÇÃO DO MÚSCULO TRANSVERSO DO ABDOME EM DIREÇÃO AO RETROPERITÔNIO ATÉ A IDENTIFICAÇÃO DO ANEL HERNIÁRIO, REDUÇÃO DO CONTEÚDO COMPOSTO POR GORDURA RETROPERITONEAL, REFORÇO DA PAREDE ABDOMINAL COM TELA DE MARLEX DEVIDAMENTE FIXADA E FECHAMENTO DO PERITÔNIO COM FIO ABSORVÍVEL.
NO PÓS OPERATÓRIO, O PACIENTE MANTEVE DOR NA TOPOGRAFIA DA 12ª COSTELA À DIREITA DE FORTE INTENSIDADE, PORÉM COM CARÁTER REGRESSIVO E DESAPARECEU EM 30 DIAS.
PACIENTE SEGUE EM ACOMPANHAMENTO DE HÉRNIA DE GRYNFELT À ESQUERDA, COM TRATAMENTO CONSERVADOR DEVIDO A POUCA SINTOMATOLOGIA.

Discussão

1-2% DAS HÉRNIAS DA PAREDE ABDOMINAL SÃO LOMBARES, SENDO 80% ADQUIRIDAS. A HÉRNIA LOMBAR É NOMEADA DE ACORDO COM SUA LOCALIZAÇÃO, A SUPERIOR OU DE GRYNFELT RESPEITA OS LIMITES ENTRE O 12º ARCO COSTAL, MÚSCULOS ESPINAIS, BORDA DO MÚSCULO OBLÍQUO EXTERNO E A CRISTA ILÍACA, JÁ A INFERIOR OU DE PETIT ENCONTRA-SE ENTRE A CRISTA ILÍACA, BORDA DO MÚSCULO OBLÍQUO EXTERNO E O GRANDE DORSAL. TAMBÉM CLASSIFICA-SE EM PRIMÁRIA OU SECUNDÁRIA, SENDO ESTÁ ÚLTIMA DECORRENTE DE TRAUMA OU APÓS PROCEDIMENTO CIRÚRGICO.
O DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL SE FAZ NECESSÁRIO COM TUMORES CUTÂNEOS, MASSAS RENAIS E ATÉ MESMO ABSCESSOS. DEVIDO A ESCASSA MANIFESTAÇÃO CLÍNICA E A RARIDADE DO QUADRO, O DIAGNÓSTICO PODE SER CONFUNDIDO, PRINCIPALMENTE COM LIPOMA. O EXAME TOMOGRÁFICO É O PADRÃO-OURO NESTES CASOS.
A CORREÇÃO PODE SER FEITA ATRAVÉS DE LOMBOTOMIA OU POR TÉCNICAS MINIMAMENTE INVASIVA, SEJA POR VIA LAPAROSCÓPICA TRANSABDOMINAL, RETROPERITONEAL OU ATRAVÉS DO SUBCUT NEO. MESMO COM POUCOS TRABALHOS COMPARANDO AS TÉCNICAS, ESTUDOS CORROBORAM PARA O USO DE TÉCNICAS MINIMAMENTE INVASIVAS.
A ABORDAGEM É FEITA DE FORMA ELETIVA, EXCETO NOS CASOS DE ESTRANGULAMENTO QUE DEVEM SER MANEJADOS EM CARÁTER DE EMERGÊNCIA ( MENOS DE 10% DOS CASOS).

Palavras Chave

HÉRNIA LOMBAR, GRYNFELD, VIDEOLAPAROSCOPIA

Área

HÉRNIAS E PAREDE ABDOMINAL

Instituições

Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto - São Paulo - Brasil

Autores

Juliana Hernandes Seribeli, Rafael Del Ciampo Silva , Guilherme Seronni, José Augusto Pezati Tenan, Rafael Borella Pelosi, Gilfred Canuto Pereira, Guilherme Oliveira Franco, Raphael Henrique Ferreira Santos