Dados do Trabalho


Título

O ENSINAMENTO CIRURGICO VERSUS COVID-19: UMA REFLEXAO SOBRE OS RESIDENTES EM TEMPO DE PANDEMIA

Objetivo

Cirurgias eletivas canceladas. Redução do fluxo de pessoas em ambiente ambulatorial/hospitalar; a consequente redução do número de pacientes; as vezes até um aumento do número de casos de urgências e emergências e uma ponderação constante entre a necessidade de levar o paciente para uma cirurgia, ou lançar mão de um tratamento conservador, quando houvesse a possibilidade.
A Pandemia do novo coronavírus (COVID-19) acarretou mudanças no hábito de vida das pessoas no mundo todo. Como era de se esperar, os ambientes de Serviços de Saúde foram, se não os mais, um dos mais afetados pelas mudanças e medidas de prevenção e controle. Dentro deste último contexto, direciono atenção aos cirurgiões e principalmente aos serviços que possuem residentes de área cirúrgica.

Método

Tempos de Pandemia. Em tempos de Pandemia, aprendemos a valorizar cada detalhe que passava despercebido na nossa rotina. Qualquer procedimento cirúrgico, por menor que seja sua complexidade, se tornou um grande feito no dia do residente cirúrgico. As Cirurgias eletivas, que embora muitas vezes não trouxessem grande emoções, mas se faziam constantes, agora não acontecem mais. Ficou só a vontade de dizer que pelo menos se operava, se fazia algo.
Em tempos de Pandemia, a máscara que parecia um adorno quase que exclusivo dos frequentadores assíduos de Centros Cirúrgicos, se popularizou, se modernizou e hoje estão presentes no dia a dia daqueles que nem sequer pisam em locais de Serviços de Saúde.

Resultados

A rotina Cirúrgica, abalada pela Pandemia, inicialmente com o cancelamento de cirurgias eletivas, depois com redução e restrição na quantidade de EPI´s fornecidos e posteriormente com a escassez e dificuldade de obtenção de drogas anestésicas, deixou os nossos residentes desamparados e pensando em como reaver esse tempo “perdido”. Como repor os ensinamentos cirúrgicos e tempo intra-operatório, sem as cirurgias a isso destinadas. Como adquirir a sonhada “mão cirúrgica”, se praticamente meio ano letivo da Residência se foi e ainda não houve nenhum posicionamento das entidades educacionais sobre como será o procedimento: haverá prolongamento de curso? Haverá estágios optativos adicionais? Ou simplesmente não haverá nada?
E aqueles residentes do ultimo ano das subespecialidades? Ou aqueles que estão a concluir as áreas de atuação? E o que dizer então para um R2 que ainda não sabe se haverá prova de residência do R3 para ele prestar, ou quando será?

Conclusões

Apesar de muitas respostas e quase nenhuma resposta, uma verdade existe: os residentes que hoje estão em seus serviços, se estão, é por gostarem do que fazem. É porque acreditam na especialidade cirúrgica como peça fundamental na terapêutica humana. Se sentem úteis e reconhecem o papel dos tratamentos cirúrgicos dentro da medicina moderna. E são, esses mesmos atores, guardiões da cirurgia do futuro, que verão essa Pandemia passar e as mudanças e consequências que sua existência deixarão. Esses residentes hoje, são o legado dessa Pandemia.

Palavras Chave

Cirurgia; Pandemia; Residente; COVID; Residencia.

Área

EDUCAÇÃO MÉDICA

Instituições

Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Carlos - São Paulo - Brasil

Autores

Nicolas Fernando Rocha, Andre Lanza Rizzo, Daniela Camargo França Freitas, Nestor Torres Marina, Vinicius Lanza Rizzo, Fernanda Gervino Carlessi, Marcel Arouca Domeniconi, Rafael Luis Luporini