Dados do Trabalho


Título

O CONHECIMENTO DE CUIDADOS PALIATIVOS NA RESIDENCIA DE CIRURGIA: DESMISTIFICANDO O SABER

Objetivo

A boa e velha medicina, não versa apenas sobre cura e longevidade, mas sim, sobre cuidar de pessoas, aliviar sofrimento e ser digna. No século passado, um novo conceito de suporte médico veio se popularizando: o Cuidado Paliativo (CP). Este, que no início foi pouco compreendido, foi sinônimo de terminalidade, de ausência de condutas e até mesmo de cuidado. Se por um lado o paciente evoluísse bem, seguia no tratamento curativo, se não, ele “virava” CP e era caracterizado por ser terminal. Muitas discussões foram travados sobre o assunto e essa modalidade se tornou de cuidado multiprofissional e finalmente, começou a ser difundida no meio médico e ser melhor compreendida.
Ainda nos dias de hoje, apesar de toda e qualquer tecnologia a disposição dos serviços médicos. Apesar de todo avanço medicinal, científico e farmacológico, nenhum médico é preparado em sua formação para prestar seu atendimento e suporte sem considerar a cura ou desfecho favorável para o paciente. Ainda hoje, o médico não lida bem com a perda.

Método

Em 2002, a OMS redefiniu o conceito de CP, para uma abordagem que cuida de sofrimento dos pacientes que lutam contra doenças ameaçadoras à vida e de seus familiares. Por fim se entendeu que CP não é um diagnóstico, não é ausência de condutas, sequer se trata apenas de doenças incuráveis, ou um “jogar a toalha” Mas sim, uma competência que trata do sofrimento das pessoas e seus entes.
E para cuidar do sofrimento, não precisa esperar o término da vida. Isso pode ser feito desde um melhor controle de sintomas, uma visita familiar prolonga e quando possível ficar no seio familiar, qualidade de vida na medida do possível, envolvendo dieta e cuidado e se, chegada a hora, prover a esse doente uma morte digna, aliviando sofrimento físico e mental e confortando os familiares.

Resultados

Quantas vezes por insistência do anseio pela cura e longevidade, nossas condutas trouxeram redução do conforto do paciente, ou privação de tempo com seus familiares? Quantas vezes nos furtamos de prover conforto pelo ímpeto de buscar cura a todo e qualquer custo? E ainda mais, quantas vezes discutimos, fomos ensinados ou ensinamos isso aos nossos colegas médicos ou nos envolvemos com equipes especializadas em CP?

Conclusões

CP é uma forma de cuidado que veio para auxiliar o cuidado médico. Ela mostra que tem potencial de alterar aquele cenário de cuidado em que todos estão perdendo para outro mais sustentável, aceitável e principalmente, mais digno aos pacientes. E enquanto médicos, essa dignidade é que deve ser posta como meta em nossas terapias.

Palavras Chave

Cuidado; Paliativo; Multiprofissional.

Área

EDUCAÇÃO MÉDICA

Instituições

Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Carlos - São Paulo - Brasil

Autores

Nicolas Fernando Rocha, Andre Lanza Rizzo, Daniela França Camargo Freitas, Nestor Torres Marina, Winy Sanches Ogura, Edilson Seraphim Abrantes, Marcel Arouca Domeniconi, Rafael Luis Luporini