Dados do Trabalho


Título

ENXERTO DE PELE TOTAL EM CARCINOMA ESPINOCELULAR: UM RELATO DE CASO

Introdução

O Carcinoma Espinocelular (CEC) representa 20% das neoplasias malignas cutâneas. Ocorre devido a diferenciação atípica de queratinócitos na camada basal da epiderme. A doença tem como fatores de risco sexo masculino, idade acima de 50 anos, etilismo e tabagismo. O fator etiológico mais comum é a exposição à radiação UV. Em casos excepcionais a doença é mais agressiva, com maior risco de metástase. O CEC pode se manifestar em todas as partes do corpo com preferência por partes expostas ao sol, como face, mãos, entre outros, sendo a queratose actínica a lesão precursora mais comum. É possível visualizar a perda da elasticidade, mudança de pigmentação e rugas. O CEC tem aspecto avermelhado, é descamativo, sem cicatrização adequada, com sangramento ocasional, aspecto de ferida ou verruga e pode apresentar também dor intensa. O tratamento é, em sua maioria, cirúrgico, mas também pode-se associar à quimioterapia ou radioterapia o que vai depender da extensão e local afetado, tendo que ser analisado algumas variações como dimensão da lesão, diferenciação, profundidade de invasão, invasão de bainha neural e vascular e distância das margens de ressecção. Tudo isso está interligado com o estadiamento da lesão, definido pelo sistema TNM (Classificação de Tumores Malignos), sendo que quanto maior o estágio pior o prognóstico. Normalmente são realizados retalhos ou enxertos para corrigir os defeitos da cirurgia, porém este último pode causar depressão local e hiperpigmentação em relação aos tecidos vizinhos, trazendo assim resultados estéticos não satisfatórios.

Relato de Caso

Paciente do sexo feminino, 62 anos, procedente de Serrana-SP, trabalhadora rural com exposição frequente ao sol, hipertensa há 15 anos em uso de Enalapril, tabagista 37 anos/maço. Nega outras comorbidades, uso de bebida alcoólica, histórico familiar de câncer ou uso e protetor solar. A mesma veio à unidade relatando que há 8 meses, surgiu uma lesão em região dorsal do punho esquerdo, que vinha aumentando de tamanho, com sangramentos recorrentes e dor local intensa. Ao exame observou-se uma lesão tumoral com superfície ulcerada e bordas irregulares de dimensões aproximadas de 3x3cm. Foi então realizado exérese da lesão com anestesia local com vasoconstritor, com margem de 0,5cm, enviada ao anatomopatológico e realizado reconstrução com enxerto total retirado da região inguinal esquerda sendo feita sutura com ponto e chuleio simples, e por fim curativo a Brown. Ao exame anatomopatológico observou-se hiperplasia com ninhos de células epiteliais atípicas com aspecto da camada espinhosa e córnea, vários níveis de queratinização, confirmando o diagnóstico de CEC.

Discussão

Optou-se por enxerto de pele total devido a lesão estar localizada em região de articulação, onde ocorre grande movimentação e a opção de enxerto de pele parcial ficaria inviável pois causaria limitação de movimentos devido a sua menor retração.

Palavras Chave

Carcinoma espinocelular; Neoplasias cutâneas; Enxerto de pele

Área

CIRURGIA PLÁSTICA

Instituições

Centro Universitário Estácio de Ribeirão Preto - São Paulo - Brasil

Autores

Stella Custódio Godinho, Gabriela Diniz Mussi, Isabela Cristina Silva Lima, Joyce Roncolato Bisinoto, Samilly Laissa de Oliveira Alves, Paulo Estefano Germano