Dados do Trabalho


Título

ABDOME AGUDO POR APENDAGITE EPIPLOICA COM NECESSIDADE DE TRATAMENTO CIRÚRGICO

Introdução

Apendagite epiploica é uma doença inflamatória abdominal incomum, bom prognóstico que resulta da torção ou trombose venosa das veias que drenam os apêndices epiplóicos. O diagnóstico se faz por tomografia computadorizada (TC) de abdome e , geralmente, possui tratamento conservador com remissão dos sintomas.

Relato de Caso

A.S, masculino, 77. Sem alergias, valva mitral em uso de propafenona, nega tabagismo/ etilismo. Antecedente cirúrgico: prostatectomia radical laparotômica há 5 anos. Admitido no Pronto Socorro do Hospital do Servidor Público Estadual-SP com dor em fossa ilíaca direita (FID) há 7 dias não associada a náuseas/alteração de hábito intestinal em regular estado geral, desidratado +/4+, hemodinamicamente estável, taquicárdico, cardiopulmonar sem alterações, abdome plano, tenso , ruídos presentes, descompressão brusca positiva (DB+) em FID sem massa palpável. Prescrito analgesia e solicitado exames diante do diagnóstico sindrômico de abdome agudo inflamatório.Exames laboratoriais:Hb 13,8 , leucócitos 7020, plaquetas 224, sem alteração de função renal e ou de coagulograma, proteína C reativa (PCR) 8,6. TC de abdome com contraste: Formação hipodensa de contorno lobulado com densidade de gordura e sem realce pelo contraste na FID medindo cerca de 90mm de diâmetro, sugestivo de infarto omental. Diante da dor mantida com sinal de peritonite, indicado laparotomia exploradora. Inventário: Apêndice epiploico de aproximadamente 11,5x8x4cm aderido ao omento maior de aspecto encapsulado, ressecado e encaminhado à patologia.Paciente evoluiu no pós operatório (PO) de forma satisfatória em enfermaria, aceitando dieta leve e deambulando no 1 PO, alta no 3PO sem queixas, ferida operatória (FO) limpa e seca, abdome flácido. Retorno assintomático ao ambulatório para retirada de pontos da FO, checado o laudo anatomopatológico da peça cirúrgica:apêndice epiploico – tecido fibroadiposo com reação inflamatória com focos de agudização , congestão vascular , áreas de esteatonecrose e hemorragia.

Discussão

Os apêndices omentais se encontram em todos os segmentos, porém em maior densidade no cólon esquerdo. O quadro clínico é a presença de dor abdominal aguda em quadrante inferior esquerdo, em paciente com bom estado geral. Atinge indivíduos entre a segunda e quinta décadas de vida e tamanho médio é de 3 cm, variando de 0,5 a 5cm.Condições podem mimetizar apendagite, entre elas: infarto omental, paniculite mesentérica e processos inflamatórios agudos primários ou secundários (apendicite ou diverticulite) e o tratamento consiste na administração de analgésicos e antiinflamatórios, com a melhora completa dos sintomas em torno de 3 a 14 dias. Entretanto, pode apresentar-se como abdome agudo cirúrgico e, quando comparados com dados da literatura, evidencia-se uma apendagite de dimensões, localização e em faixa etária atípicas. Reforçada importância do aspecto tomográfico descrito que ,uma vez fixado, auxilia na definição diagnóstica diante do vasto diferencial de abdome agudo na emergência.

Palavras Chave

Abdome Agudo, Apendagite Epiploica

Área

URGÊNCIAS NÃO TRAUMÁTICAS

Instituições

INSTITUTO DE ASSISTÊNCIA AO SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL/HSPE-SP - São Paulo - Brasil

Autores

Matheus Veras Viana Portela, Adrieli Heloisa Campardo Pansani, Daniel Maia de Vasconcelos Lima, José Francisco de Mattos Farah, Gabriel da Silva Morfin, Pedro Henrique Galelli Sclavi, Thereza Cristina Carvalho Kalmar, Wellington Forte Alves Júnior