Dados do Trabalho


Título

Tratamento cirúrgico de hérnias hiatais pós-operatórias

Objetivo

Extensas hérnias hiatais têm ocorrido no pós-operatório do tratamento cirúrgico da DRGE. Vale destacar o procedimento nesses casos.

Método

Foram estudados 20 pacientes, treze homens e sete mulheres, com média de idades de 49,126 +/- 7,72 anos, obedecendo-se a todos os critérios bioéticos convencionais, submetidos a reoperação de hérnia hiatal de deslizamento extensa, de mais de 5cm de extensão, confirmada por exame endoscópico, que também apontou esofagite erosiva A em doze e B em seis, após hiatoplastia e fundoplicatura aplicadas para tratamento cirúrgico de doença do refluxo gastroesofagiano há 3,74 +/- 1,23 anos. A fundoplicatura estava ao menos parcialmente deiscente em todos os casos. Todos queixavam-se de disfagia e dor retrosternal à alimentação e seis, de pirose associada, apesar dos 40mg de omeprazol diários. Foram submetidos a exame eletromanométrico do esôfago, para verificação de peristaltismo, da amplitude dos complexos de deglutição, da extensão e da pressão expiratória máxima do esfíncter inferior do esôfago (EIE), assim como para posicionamento correto do eletrodo de pHmetria, 5 cm acima da borda superior do EIE. Os exames funcionais foram repetidos cerca de noventa dias depois da operação, precedidos por exame radiológico contrastado do esôfago. O procedimento cirúrgico laparoscópico constou de redução da hérnia, refazimento da fundoplicatura, ajuste do hiato esofágico e fixação da parede anterior do estômago à parede abdominal contígua.

Resultados

A série não apresentou morbimortalidade. Os pacientes tiveram remissão das queixas, salvo três, com disfagia leve e esporádica ao deglutir alimentos secos. O estudo radiológico contrastado demonstrou manutenção do estômago na cavidade abdominal e fundoplicatura íntegra em todos os casos, aos cerca de três meses de pós-operatório. Catorze dos vinte pacientes demonstraram escore de DeMeester patológico antes da reoperação. Não houve pHmetria com índice patológico no PO. Quanto ao estudo eletromotor, o peristaltismo manteve-se preservado desde o pré-operatório; tabularam-se diferenças significantes (P<0,05), em relação a amplitude dos complexos no terço inferior do esôfago (mmHg) (pré-op = 15,24 +/- 4,22; pós-op= 38,42 +/- 3,91), extensão do EIE (cm) (pré-op = 1,29 +/- 0,79; pós-op = 3,32 +/- 0,41) e pressão expiratória máxima do EIE (pré-op = 8,10 +/- 2,88 ; pós-op = 14,87 +/- 4,78).

Conclusões

A reoperação dos portadores de hérnia hiatal depois de tratamento cirúrgico da DRGE é efetiva no alívio dos sintomas e no restabelecimento da função motora esofágica.

Palavras Chave

hérnia hiatal
doença do refluxo gastro-esofágico
tratamento cirúrgico

Área

ESÔFAGO

Instituições

Núcleo de Cirurgia Geral e Especializada de São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

Valter Nilton Felix, Ioshiaki Yogi, Fernando Tadeu Coimbra, Kauy Victor Martinez Faria, Jacob Fritz, Karen Terra, Nayara Santos