Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO: FISTULA COLECISTOCUTANEA ESPONTANEA

Introdução

A fistula colecistocutanea representa uma complicação rara da colecistite litiasica.
No presente artigo descrevemos um caso de avulsão de cálculos biliares pelo tecido subcutâneo.

Relato de Caso

Paciente do sexo feminino, 86 anos, hipertensa, comparece a emergência do Hospital Geral de Nova Iguaçu sob livre demanda em Agosto de 2019 referindo dor abdominal e saída de secreção em quadrante superior direito.
Relata que notou massa palpável em quadrante superior direito abdominal associada a dor há cerca
de 2 meses, que aliviava com o uso de sintomático. Relata também que 14 dias após a dor se intensificou e apresentou drenagem em região de hipocôndrio direito.
Após 3 dias do início da saída de secreção biliar notou saída de cálculos.
Paciente foi submetida inicialmente a tomografia de abdome que evidenciou fístula colecistocutânea.
Em Agosto de 2019 devido ao quadro da paciente foi realizada abordagem cirúrgica, sendo feita colecistectomia aberta e drenagem.
Paciente evoluiu bem, recebendo alta após 5 dias pós operatório. Sem queixas na consulta de retorno.

Discussão

A Fístula Colecistocutânea (FCC) espontânea é uma clínica secundária à Colecistite Litiásica Crônica, habitualmente associada a negligência de doenças do trato biliar ou episódio prévio de Colecistíte Aguda assintomática, sendo FCC achado incomum em urgências e emergências de rotina da Cirurgia Geral nas últimas cinco décadas, porém achado ordinário no último século.
O curso da fisiopatologia se dá pela pressão interna da vesícula biliar ou vias biliares, seja pelo edema do processo inflamatório – Empiema, assim como presença de cálculos biliares ou neoplasia, comprometendo o lúmen do ducto colédoco e cístico, gerando obstrução das estruturas citadas. A apresentação clínica torna-se variável, mediante a região anatômica acometida pelo cálculo, onde o paciente pode referir desconforto em quadrante superior e flanco direito, por conseguinte abcesso em regiões abdominais citadas, dentro da clínica em exposição.4-6
A lesão fístulada é reflexa a redução da perfusão sanguínea e ação linfática da vesícula biliar, ocasionando necrose da estrutura vesicular, dispondo substâncias irritativas ao peritônio parietal. Descrito por Nayman, o Empiema Necessário, é ocasionado pela ruptura espontânea capaz de atravessar a parede abdominal. 4
Além de exame clínico, torna-se essencial exames de imagem, como USG e tomografia computadorizada ao padrão ouro e fístulografia para avaliação da comunicação provocada pelo óstio fistular e a cavidade intra-abdominal, para exclusão de diagnósticos diferenciais, como lesão dérmica e designar protocolo de tratamento ao paciente. Ao diagnóstico de FCC espontânea, é preconizado em pacientes sem condição clínica precária, antibioticoterapia, manejo da inflamação aguda da parede abdominal – Peritonite, para abordagem cirúrgica convencional de colecistectomia e drenagem do exsudato.4

Palavras Chave

Fístula colecistocutânea ; colecistite ; fístula biliar

Área

VIAS BILIARES

Instituições

HOSPITAL GERAL DE NOVA IGUAÇU - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

LORENA RIBEIRO , Natalia Dabes, Esther Victoria Lima, Javert Azevedo, Amaro Vinicius, Alexsandro Saurine