Dados do Trabalho


Título

TUMOR NEUROENDOCRINO DE PANCREAS: RELATO DE CASO

Introdução

Os tumores neuroendócrinos pertencem às neoplasias que se relacionam com órgãos como o pâncreas. A neoplasia pancreática neuroendócrina tem incidência de 1:100.000 e representa 5% de todos os tumores relacionados a esse órgão. São classificados em funcional ou não funcional, de acordo com a síndrome hormonal hipersecretiva. Os não funcionais (70%), apresentam sintomas que se relacionam com seu efeito de massa. O diagnóstico se dá por imagens e sua classificação por histopatologia e imunohistoquímica.

Relato de Caso

J.M.N., 23 anos, feminino, procurou serviço de emergência com dor abdominal difusa. O ultrassom de abdome identificou imagem nodular adjacente à cauda do pâncreas. A tomografia computadorizada (TC) de abdômen evidenciou lesão sólida cística na cauda pancreática em contato com a veia esplênica, com trombose do ramo esquerdo da porta. Foi realizado laparotomia exploradora e pancreatectomia distal, sem intercorrências. No pós-operatório, recebeu dieta por via oral no segundo dia, com boa aceitação a sua progressão, recebeu alta 6 dias após a abordagem. O anatomopatológico evidenciou a tumoração em corpo de pâncreas, sem infiltração angiolinfática e perineural, com 4 cm em seu maior eixo. A imunohistoquímica demonstrou positividade para CD56, Chromograma A, CK7, Ki-67 e Synaptohisin, confirmando o diagnóstico de tumor neuroendócrino pancreático, grau 2

Discussão

Os tumores neuroendócrinos do pâncreas representam 3% das neoplasias primárias e 10% das neoplasias neuroendócrinas. Pode ter apresentação variada com síndromes hormonais, metástase hepática ou ainda, assintomática com descoberta incidental. No relato descrito, a clínica foi diversificada e a paciente demonstrou dor abdominal inespecífica. O diagnóstico por imagem é fundamental para identificação da lesão e sua relação com estruturas adjacentes, permitindo a escolha terapêutica. A avaliação com biomarcadores tumorais, dentre eles a glicoproteína cromogranina A e synaptophisin, são encontrados em grânulos de células neuroendócrinas e neste caso, tiveram expressões positivas, indicando, portanto, o diagnóstico, que foi corroborado com a presença de moléculas de adesão de células neurais. O tratamento baseia-se na ressecção do tumor, sem sítios metastáticos. Do ponto de vista dimensional em tumores não funcionais, recomenda-se a exérese tumoral em maiores que 2 cm e sua relação com o ducto pancreático principal. No relato, a massa neoplásica tinha 5 cm, sendo realizado pancreatectomia parcial. O diagnóstico e tratamento precoce são de grande importância; embora muitas vezes os achados se dão por exames de rotina, em acompanhamento com clínica variada, ou ainda por queixas que epidemiologicamente são incomuns e que podem progredir e comprometer a evolução. Dessa forma, torna-se relevante os diagnósticos diferenciais, diante da complexidade de sinais e sintomas que podem representar enfermidades raras, como no caso relatado

Palavras Chave

tumor neuroendócrino; neoplasia pâncreas; lesão sólida cística; pancreatectomia.

Área

PÂNCREAS

Instituições

Hospital Regional - São Paulo - Brasil

Autores

Jose Roberto Vidotto Junior, Milton Mendes Cattini, Andre Genaro, Moabe Rezende de Lima, Helen Brambila Jorge Pareja