Dados do Trabalho


Título

A CIRURGIA DE SERRA-DORIA MODIFICADA COMO OPÇAO TERAPEUTICA PARA CASOS DE ACALASIA AVANÇADA OU RECIDIVADA: RELATO DE CASO.

Introdução

A acalásia esofágica é um distúrbio motor que promove a ausência de peristaltismo do esôfago associado ao não relaxamento do esfíncter esofagiano inferior, resultando em aumento da pressão intraluminal devido à retenção alimentar e levando à sua dilatação. Seus sintomas são: disfagia, dor torácica, regurgitação, perda de peso e complicações respiratórias. O diagnóstico é feito através de radiografias contrastadas, Endoscopia Digestiva Alta (EDA) e Manometria. O tratamento consiste em restaurar a capacidade de se alimentar por via oral e aliviar os sintomas, podendo ser obtido por várias modalidades como: dilatação endoscópica, miotomia endoscópica e Cardiomiotomia a Heller; para casos avançados, a cirurgia de Serra-Dória e a esofagectomia. Essas técnicas não corrigem o distúrbio primário do esôfago, elas facilitam seu esvaziamento. Sendo assim, pacientes submetidos a Cardiomiotomia a Heller que permanecem com disfagia após o procedimento, tem a miotomia incompleta e a indicação errônea da técnica como a principal causa de insucesso. Nesses casos, e nos mais avançados, a cirurgia de Serra-Dória apresenta-se como opção terapêutica. Este trabalho tem como objetivo expor um relato de caso de uma paciente submetida à cirurgia de Serra-Dória devido a uma acalásia primária recidivada, como também fundamentar o emprego dessa técnica em pacientes com recorrências dos sintomas após Cardiomiotamia e indicá-la como terapia em casos avançados.

Relato de Caso

M.M.F., 58 anos, sexo feminino, submetida a Cardiomitomia a Heller-Dor em 2010 por acalásia idiopática, há 4 anos apresentando quadro de disfagia, inicialmente para alimentos sólidos, mas que nos últimos 2 anos vem evoluindo para líquidos, associada a episódios de regurgitação e halitose. Foram solicitados novos exames como Esofagograma contrastado e EDA. De acordo com os resultados do estudo radiológico, a mesma foi classificada como Megaesôfago grau III pela Classificação de Rezende e Estágio II pela escala Eckardt mediante a história clínica. Após a análise radiológica e clínica foi estabelecido a hipótese diagnóstica de Acalásia Recidivada Grau III/IV, sendo indicado a cirurgia de Serra-Dória modificada a depender do estado do esôfago em intraoperatório. No dia 13 de agosto de 2019 foi realizado a cirurgia de Serra-Dória modificada por videolaparoscopia sem intercorrências. A paciente apresentou um pós-operatório satisfatório, recebendo alta hospitalar no 3º dia. Atualmente em seguimento ambulatorial, referindo melhora da disfagia e da regurgitação.

Discussão

Apesar do tratamento cirúrgico do megaesôfago recidivado ser bastante controverso na literatura, a cirurgia de Serra-Dória modificada é uma boa opção por apresentar menos morbimortalidade quando comparada às cirurgias mais agressivas, como as Esofagectomias. Principalmente se realizadas por via laparoscópica, com o emprego da técnica correta e executada por uma equipe experiente. Este caso, e os resultados por ele obtidos, só vem a corroborar tal afirmativa.

Palavras Chave

Disfagia; Acalásia recidivada; Megaesôfago; Cirurgia de Serra-Dória; Laparoscopia.

Área

ESÔFAGO

Instituições

Hospital Universitário Onofre Lopes - UFRN - Rio Grande do Norte - Brasil

Autores

Jéssica Maria Menezes Teles Vieira, Caio Henrique Freire, Fernanda Paula Dantas Lobo, Mário Herman Santos Moura Pedreira, José Jandi de Sousa Junior, Camila Ferreira Rebouças, Reynaldo Martins Quinino